13 novembro, 2007

Leituras

Anda pela blogosfera uma nova brincadeira: transcrever a linha 5 da página 161 do livro mais à mão. Vou alinhar: "connecto, is. Atar, travar uma cousa". Não tenho culpa de que o livro mais à mão, junto ao computador, fosse o meu dicionário de latim-português.

Mas não se pense mal de dicionários, que podem contribuir grandemente para o prazer cultural. Uma antiga empregada minha passava largas horas de serão a ler em voz alta com o marido, página após página, um dicionário de português.

E leitores há de todos os géneros. MSP, casado com uma prima da minha mãe, era leitor ávido do Diário de Notícias, que comprava diariamente. Não conseguia era deixar de o ler de fio a pavio, anúncios e tudo. Resultado é que em cada noite ainda estava a ler o jornal de meses antes. O do dia aguardava a sua vez, para dali a uns meses. Isto fazia parte do seu espírito ordenado. Quando se casou, pediu a toda a família que nunca os visitassem à quarta feira à noite. Curioso é que manteve sempre este pedido, até quase aos oitenta anos. No entanto, para evitar extrapolações indevidas sobre cargas de loucura familiar, ele era só meu primo afim.

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