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02 janeiro, 2009

In memoriam


Helen Suzman, falecida ontem com 91 anos, combatente corajosa contra o apartheid, como deputada (branca) do Partido Unido. Heróis e heroínas que muitos desconhecem neste jardim confortável, há muitos. Desconhecimento triste, num país que, há décadas, revelou ao mundo também muitos resistentes internacionalmente respeitados e apoiados em acções de solidariedade política.

12 outubro, 2008

Hipocrisia

Morreu, num acidente destinado a quem conduz a alta velocidade, o bem conhecido pró-nazi austríaco, Jörg Haider. Ainda há poucos anos, quando integrou um governo austríaco, originou quase um corte de relações geral com o seu país, por parte da UE.

Agora, segundo o DN, "as principais figuras da política austríaca lamentaram a "tragédia humana" que foi a perda "de um homem político de grande talento", que suscitou "entusiasmo mas também críticas duras", afirmou o Presidente Heinz Fischer. Por seu lado, o primeiro-ministro indigitado, o social--democrata Werner Faymann, definiu Haider como "um político de excepção". Também o actual presidente do Partido da Liberdade (FPÖ), Heinz-Christian Strache, a quem Haider foi forçado a ceder a liderança, considerou este "como uma das figuras mais marcantes da II República" austríaca."

É sabido que para muitos portugueses, que não eu, o respeito pelos mortos faz calar as críticas. Parece que é o mesmo na Áustria e levado a ponto extremo, neste caso. Aliás, quanto a coisas relacionadas com este caso, a Áustria é "interessante": um dos casos de maior impacto da extrema direita, voto muito considerável de jovens nessa extrema direita, mas também coisas provavelmente marcantes como herança histórica, como seja um apoio entusiástico ao Anschluss, um número considerável de figuras destacadas do nazismo de origem austríaca, a começar por Hitler.

05 maio, 2008

Maio de 68

Muito se tem escrito sobre o quadragésimo aniversário de Maio de 68, a meu ver com alguma dose de mitificação. Não me arrogo o direito de falar em nome da geração que, cá longe, o acompanhou, a minha geração, de/dos 60, mas parece-me que temos uma visão mais objectiva do que foi Maio de 68.

Por exemplo, escreveu há dias o director do Público, José Manuel Fernandes, que a juventude portuguesa devia duas coisas essenciais ao movimento de Maio: a liberdade sexual e o despertar para o envolvimento na reforma da universidade. Nada mais errado. Em 1968, a vida sexual entre namorados estudantes era coisa banal. Quando muito, pode-se dizer, ao que me recordo, que não havia era promiscuidade considerável, como veio a acontecer para o fim da década seguinte. Quanto à reforma da universidade, tal afirmação é uma ofensa a tudo o que de estudos, debates, publicações marcou a vida associativa dos anos 60.

Sou de opinião que Maio de 68 em França pouco marcou os estudantes portugueses, com excepção dos exilados em França. Aliás, passou-se um pouco o mesmo por toda a Europa, com excepção de Berlim. De certa forma, foi um fogacho. A provável estranheza com que alguns leitores lerão isto, leva-me a recorrer à glosa de um artigo provocador, “Praga y Memphis en Mayo”, de Antonio Muñoz Molina, publicado recentemente no El País. Até reproduz a célebre boutade de Pasolini, dizendo que tinha mais simpatia pelos polícias do que pelos estudantes, porque os primeiros eram filhos de operários e camponeses e os segundos eram filhos de burgueses ricos.

A reacção portuguesa, provavelmente também a espanhola, tem muito a ver com a influência marcante do partido comunista, com o aparecimento ainda quase vestigial dos grupos maoistas, sendo ambas as correntes claramente reticentes, para não dizer hostis, ao anarquismo ou a alguma influência trotskista sobre Maio de 68. Anarquistas e trotskistas, cá, só raros e por brincadeira. Por isto, para a minha geração, “a imaginação ao poder” e outros slogans eram engraçados, mas não pareciam coisa séria.

É por tudo isto que teve muito maior repercussão no movimento estudantil português, até com dissidências políticas que maio de 68 não causou, a concomitante Primavera de Praga. Aí sim, víamos revolução, adivinhávamos (ou desejávamos) uma rotura histórica com o então já fossilizado regime soviético. Não se deve esquecer também o reflexo entre nós do movimento estudantil americano. Mais uma vez, lidava-se com coisas bem menos ligeiras do que em França, era a guerra do Vietnam, que muito nos dizia por os nossos protestos contra ela serem facilmente relacionáveis com a nossa luta anti-colonial.

Como nota final, por já estar fora da universidade e com pouco contacto com Coimbra, não faço ideia sobre se a crise de Coimbra de 1969 deve muito, pouco ou nada a Maio de 68. Pelos seus principais protagonistas e as suas posições políticas, suspeito de que não deve muito.

25 abril, 2008

Sempre

14 abril, 2008

António Barreto, sobre Angola

António Barreto (AB) é um sociólogo respeitado mas, na sua última crónica do Público, sobre Angola, mostra os perigos da apreciação de acontecimentos ainda muito recentes, ainda por cima com base num único documento, não acreditado, as memórias de um preso político. Não sendo historiador, AB não dispõe de instrumentos para avaliação das fontes, nomeadamente a análise do estilo peculiar de escrita de qualquer pessoa.

Começo por uma afirmação de AB: “Escritores e intelectuais que se passeiam no Chiado e recebem prémios de consagração pelos seus contributos para a cultura lusófona.” Não me parece ousado adivinhar que AB está a falar, entre outros, de Pepetela, prémio Camões. É uma enorme injustiça. Primeiro, Pepetela, nos cargos que ocupa e de que vive, em nada depende do governo angolano. Depois, mais importante, Pepetela não foge de Portugal para ir completar o seu curso na Suíça, vai é para a chana, de arma na mão, lutar como guerrilheiro do MPLA. Mais importante ainda, Pepetela mostra abertamente no Predadores o que é para ele a desilusão da sua vida dedicada (já o tinha feito na Geração da Utopia) e escreve corajosamente sobre o que vai fazendo falta num escritor português: a corrupção, a promiscuidade entre a política e os negócios.

Tenho por dever também defender outra pessoa atacada por AB e que, por razões de saúde, já não o pode fazer, o almirante Rosa Coutinho, pessoa que conheço muito bem e por quem tenho estima, embora discordando de muitas das suas posições políticas. Escreve AB:
“O livro revela os actos do Alto-Comissário Almirante Rosa Coutinho, o modo como serviu o MPLA, tudo fez para derrotar os outros movimentos e se aliou explicitamente ao PCP, à União Soviética e a Cuba. Terá sido mesmo um dos autores dos planos de intervenção, em Angola, de dezenas de milhares de militares cubanos e de quantidades imensas de armamento soviético. O livro publica, em fac simile, uma carta do Alto-Comissário (em papel timbrado do antigo gabinete do Governador-geral) dirigida, em Dezembro de 1974, ao então Presidente do MPLA, Agostinho Neto, futuro presidente da República. Diz ele: "Após a última reunião secreta que tivemos com os camaradas do PCP, resolvemos aconselhar-vos a dar execução imediata à segunda fase do plano. Não dizia Fanon que o complexo de inferioridade só se vence matando o colonizador? Camarada Agostinho Neto, dá, por isso, instruções secretas aos militantes do MPLA para aterrorizarem por todos os meios os brancos, matando, pilhando e incendiando, a fim de provocar a sua debandada de Angola. Sede cruéis sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos para desanimar os mais corajosos. Tão arreigados estão à terra esses cães exploradores brancos que só o terror os fará fugir. A FNLA e a UNITA deixarão assim de contar com o apoio dos brancos, de seus capitais e da sua experiência militar. Desenraízem-nos de tal maneira que com a queda dos brancos se arruíne toda a estrutura capitalista e se possa instaurar a nova sociedade socialista ou pelo menos se dificulte a reconstrução daquela".

Rosa Coutinho é tudo menos insensato e irreflectido, como bem demonstrado pela sua atitude no 25 de Novembro. É um homem de grande sentido humano, totalmente incapaz de pensar tais barbaridades. E quem alguma vez conversou com ele, nem que apenas durante alguns minutos, conhece muito bem o seu estilo de coloquialidade engraçada e viva, totalmente oposto a este cliché.

É verdade que Rosa Coutinho apoiou o MPLA, parece que ninguém contesta. Mas por duas razões. Por estar convencido de que era o único movimento com estruturação, pensamento político e quadros que garantia uma independência de Angola que não fosse um drama para o povo angolano e para os portugueses angolanos. Em segundo lugar, porque, ao contrário do que se pensa, na iminência de uma guerra civil, o MPLA estava à míngua de armas, sem apoio da URSS, ao contrário do apoio americano à FNLA e sul-africano à Unita. Quanto aos cubanos, a coisa é delirante. Na altura da intervenção, era alto comissário Leonel Cardoso e Rosa Coutinho já tinha regressado a Portugal há muito tempo.

16 dezembro, 2007

Ainda outra efeméride



O assassinato (execução?) de Rasputin. Homem de meter medo, mas talvez não mais do que o seu neto (Ras)Putin.

30 outubro, 2007

Guerra (IV)

Lembrei-me agora de que, fora uns exercícios de tiro ao alvo, só disparei uma vez, em Angola, a minha Valter 9 mm. Vivia numa avenida importante de Luanda, estava a tentar uma sesta, ouvi grande alarido e vi um grupo de dezenas de brancos a espancar três ou quatro pretos, já de rastos no chão. Peguei na pistola, vim à rua, atirei um tiro para o ar e foi só ver aqueles corajosos a fugir a sete pés. Não acreditam? Garanto. E julgam que foi no calor de 1961? Não, foi já na "calma" de 1972.

Guerra (III)

A minha noite de terça feira já está comprometida, durante algumas semanas, com o "Guerra", na RTP1. A memória dos portugueses vai ser outra, depois disto. E não é ficção, Apocalypse now, Platoon, Caçador, Jardins de pedra, Nascido para matar, Nascido em 4 de Julho. Aqui, em Portiugal , são imagens nuas, cruas e duras. Repito, obrigado, Joaquim Furtado.

Heráldica


Num destes dias, vi no Público uma ilustração, não identificada, das armas reais portuguesas primitivas. Já uma vez tinha lido alguma coisa sobre isto escrita por um especialista, D. Luís de Lancastre e Távora. É fácil ver que não tem nada a ver com a fantasiosa bandeira da cruz azul nem com toda a ganga lendária de quinas de chagas derCristo e besantes de dinheiros da traição de Judas. Já agora, sobre estes mitos, vale sempre a pena ler o que Herculano escreveu sobre a batalha de Ourique.

Uma vez, mas agora não consigo ir buscar, vi as armas do Eça e creio que eram coisa semelhante. Incluem também o que julgo chamar-se "cordão de S. Francisco", embora já tenha lido que não é o termo heráldico correcto. Não me ocorre agora qual é.

Não sou heraldista mas sou curioso por tudo o que cheire a história. Alguém me arranja informação sobre estas "estranhas" armas afonsinas (se é que já se usavam armas heráldicas no tempo de D. Afonso Henriques)?

20 outubro, 2007

Guerra (II)

Só agora me ocorreu uma coisa estranha no primeiro episódio do documentário de Joaquim Furtado. Aparentemente, o início da guerra colonial é marcado pelo 15 de Março, o ataque da UPA aos fazendeiros e funcionáriuos coloniais no norte de Angola. E o 4 de Fevereiro anterior, com o ataque à cadeia de Luanda?

16 outubro, 2007

A guerra não escolhe

Acabei de ver o primeiro episódio da série “Guerra”. Devia esperar, reflectir, amadurecer a escrita, mas não resisto. Há alturas em que não se pode travar a alma. Parabéns, RTP, parabéns, Joaquim Furtado. Já não era sem tempo. Exorcismo, catarse, informação, cada um verá estes documentários à sua maneira, mas certamente sem a frieza de olhar de revés para telelixo, entre cocacola e pastilha elástica.

Só algumas notas soltas.

1. As declarações do então governador geral, Silva Tavares, são patéticas. O excelso Salazar não fazia a mínima ideia do que era Angola, embalado no seu sonho imperial. 1500 soldados, organizados em termos de guerra clássica contra a “Rússia”, concentrados nos grandes centros urbanos. Nos Dembos, para onde a informação militar já chamava a atenção, nem um soldado. Por isto, naqueles dias, a declaração oficial foi “Deus vos proteja”. Como na Índia, em que a pátria e o império exigiam a morte gloriosa daqueles infelizes militares para lá desterrados.

2. Surpresa, a imagem de Holden Roberto. Aparece como um homem sensível, que atrasa dois dias (de 15 para 17 de Março de 1961) o anúncio do levantamento da UPA, impressionado com os excessos que não conseguiu controlar. Hipocrisia? Não sei, mas dou sempre o benefício da dúvida.

3. Também a confirmação, ainda a guerra ia no começo, de que não se pode vencer uma guerra de guerrilha. Veja-se aquela coisa elementar dita por Holden Roberto: “escolhemos Março, época das chuvas. Os camiões portugueses atolavam-se na lama, nós chegávamos perto e disparávamos o que podíamos, retirávamo-nos a pé, debaixo da chuva, só nos molhava”.

4. O papel dramático dos bailundos, os pobres contratados do café, quase vestígios da escravatura. Entre os dois fogos, odiados por uns e outros, morreram também. É difícil num conflito não tomar partido claro.

5. Alguns pormenores de política internacional que não conhecia: o apoio tunisino, tendo sido tropas tunisinas de capacete azul da ONU que levaram as primeiras armas para Angola. Também o papel de Franz Fannon. E o das missões protestantes, este sim, já conhecia (amigo Timótio, catequista protestante na Quissala, provavelmente já estás com o teu Deus).

6. Finalmente, o aparecimento na TV de uma figura impressionante, um guerrilheiro de 1961, José Mateus Lelo, desertor do exército português. Sabedoria de velho africano, imagino-o bem como o meu velho amigo rei do povo do Quissacala, na beira do meu pai rio Zaire. A ele fico a dever o título exemplar desta nota: “a guerra não escolhe”.

13 outubro, 2007

Guerra

Apocalypse now, Pelotão, Nascido para matar, Nascido em 4 de Julho, Jardins de pedra, O caçador, etc. Os americanos, pelo seu cinema, ajustaram contas com o seu passado, as suas culpas. Isto fora imensa literatura, memórias escritas, reedição de reportagens da época. Nós, portugueses, em relação à guerra colonial, quase nada. Sempre pensei que podia haver dois factores principais a justificar um pouco isto. Em primeiro lugar, a contradição de o fim da guerra, com Abril, se dever aos que, objectivamente a tinham feito. Era uma situação desconfortável. Wiriamu? Quem foi o responsável? E tantas coisas mais. Depois, a necessidade de inserir pacificamente os milhares de retornados, sem causar traumatismos que prejudicassem tão difícil tarefa.

Mas já é tempo. Os meus filhos mais velhos, que até viveram em Angola durante a guerra, não têm nenhuma memória disso a transmitir aos meus netos já crescidinhos e curiosos. Depois, é preciso ajudar pela catarse, se é possível, os que ainda hoje acordam em pesadelos (e ainda há dias ouvi um). Também compreender que ir à guerra podia ser um acto de coragem, se para combater a guerra lá no seu coração.

Por tudo isto, não perderei nenhum dos nove episódios anunciados de “Guerra”, a série televisiva que se estreia na próxima terça-feira, 16, na RTP. Ainda por cima, com o selo de garantia da autoria de Joaquim Furtado. Julgo que se justifica plenamente o tradicional “A NÃO PERDER!”. E, se por acaso tiverem a sorte de estar nessas condições, convidem para a ver juntos um amigo que tenha estado na chana, do outro lado.

(Editado)

27 setembro, 2007

Capelinhos

Um açoriano não poderia deixar de assinalar este dia, o do 50º aniversário da erupção dos Capelinhos. Ficar-me-á sempre na memória mas como uma das maiores frustrações da minha vida. Só o vi por fotografias nos jornais, porque nem televisão havia. E imaginam como era financeiramente um luxo ir-se de S. Miguel ao Faial? Poucos lá foram. Os interessados não tinham dinheiro, os que tinham dinheiro eram geralmente desinteressados.

24 setembro, 2007

Bento de Gois

Alguém sabe quem foi? É uma figura injustamente esquecida e associo-me a um artigo do último Expresso propondo a comemoração, ainda este ano, do quarto centenário da sua morte, embora já passado o mês de Abril. O artigo é de Miguel Monjardino, nome que, à légua, cheira a Açores. Tinha de ser um açoriano, próximo ou distante, a lembrar-se de Bento de Gois. Transcrevo parte do artigo.

"Bento de Góis nasceu em 1562 em Vila Franca do Campo, na ilha de S. Miguel, nos Açores. Soldado no Oriente e um linguista extremamente dotado, tomou-se membro da Companhia de Jesus em 1588. No início de 1603, vestido de mercador persa, Góis partiu de Lahore para Cabul integrado numa longa caravana com quinhentas pessoas. A viagem durou seis meses e foi extremamente difícil por causa do clima, das montanhas e de ataques sucessivos na zona da actual fronteira entre. o Paquistão e Afeganistão. A dureza da viagem até Cabul e as baixas sofridas levaram muitos membros da caravana de Góis a desistir de continuar a viagem.

Acompanhado por um cristão arménio, Góis parte com uma nova caravana para uma viagem extraordinária através da cordilheira Pamir, do Karakoram e deserto do Góbi. Sobreviver ao frio e progredir em altitudes na casa dos cinco mil e quinhentos metros foi uma verdadeira odisseia. O determinado explorador jesuíta e o seu fiel companheiro arménio mantiveram-se vivos comendo maçãs secas e cebolas e esfregando alho nas gengivas dos cavalos que não morreram pelo caminho. A viagem através do Góbi foi feita de noite para evitar encontrar bandos de tártaros que assassinavam regularmente os mercadores estrangeiros.

Bento de Góis chegou a Sucheu na China no Natal de 1605. A sua duríssima viagem de quatro mil e quinhentos quilómetros atravessou um percurso povoado por tribos extremamente hostis e permitiu-lhe concluir que Cataio era mesmo a China, que não existiam comunidades cristãs perdidas na Ásia e que também não existia um bom caminho terrestre entre a Índia e a China. A sua contribuição para os. conhecimentos geográficos europeus sobre a Ásia foi enorme.

Góis morreu em Sucheu no mês de Abril de 1607. Tinha 45 anos. Quatrocentos anos depois, este enorme explorador jesuíta, o primeiro europeu em muitos séculos a atravessar a Ásia Central e a chegar à China pelo ocidente, é praticamente desconhecido entre nós. Vila Franca do Campo relembra-o. O resto do país ignora-o e pensa que a Ásia Central é irrelevante. Não é. 2007 é o ano ideal para começar a mudar esta situação."

07 agosto, 2007

Humor político

Embora o humor oriental me seja um pouco desconcertante, não posso deixar de considerar como tal uma pequena notícia de hoje. "O governo chinês emitiu um decreto proibindo o Dalai Lama de reencarnar. 'O chamado Buda vivo reencarnado é ilegal e inválido sem a aprovação governamental', afirma o texto, assinado pela Administração para os Assuntos Religiosos".

Mas nós não ficamos atrás. Em 1668, D. Pedro II fez assentar praça S. António de Lisboa. Ao longo de séculos, foi sendo promovido, com aumento de pré, até chegar a tenente coronel do RInf19, então em Cascais. Há um decreto delicioso da República, que não consigo encontrar, que, elogiando a carreira militar do tenente coronel, mas atendendo à sua vetusta idade, o abate aos efectivos do Exército. Saiu no jornal oficial, com assinatura do ministro da Guerra, provavelmente escrita com uma grande gargalhada.