Gosto da nova apresentação do Público. Até nem sou muito sensível ao aspecto visual de um jornal, o que me interessa é o conteúdo e leio com prazer os ainda bastante clássicos NYHT ou El País. No novo Público, só me fica a nota estranha de alguma parecença com o Expresso. Foram ambos à mesma fonte (ainda se lembram do Guardian cor-de-rosa?). Também me falta o logótipo de tantos anos. Creio que vai ser das coisas mais controversas nesta remodelação gráfica.
Mudou o tipo de letra, embora de forma talvez não muito perceptível parra a maioria dos leitores. Gosto do novo tipo mas não da diminuição significativa da dimensão. O Público esqueceu-se de que uma margem importante dos seus leitores já usa óculos para o perto. Concluindo acerca do grafismo, a minha maior pena é o domínio do laranja, que até se pode prestar a conotações. As cores têm significados afectivos. O laranja é menos adequado do que o azul, por exemplo, para transmitir uma ideia de seriedade, objectividade, visão desapaixonada. E era o azul a cor dominante do Público, desde logo no acento do logótipo. Tomado que já está pela antecipação do Expresso, o Público teve de escolher outra cor, mas eu preferiria então um verde azulado, como exemplifico na figura. Aliás, é a cor de marca do caderno 2.
Mais importante é a organização do jornal. Gostei do desaparecimento da secção Sociedade e sua divisão pelas muito mais directas e significativas Portugal e Mundo. Em contrapartida, não gosto nada de ver o espaço de opinião no fim do jornal, quase que despromovido. Gostava de o ler pelo menos antes do desporto. Finalmente, notável, para mim, é o caderno 2. Consegue ser a leitura típica dos suplementos de fim de semana, mas acessível à maior pressa da leitura diária. Ainda por cima, os conteúdos estão mais extensos e diversificados. Que mais não seja pelo 2, os meus parabéns ao Público.
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2 comentários:
Noto agora que a figura publicada está um pouco mais para o azul do que para o verde. Nom Photoshop estava perfeita, mas o Blogger traiu-me. O tom que eu pretendia era o que vem impresso no caderno 2.
Bem, não partilho completamente da sua opinião. Em muitas páginas, 75% da área é ocupada pela foto do artigo. Só me ocorre pensar que quem tem pouco para escrever, .... escreve menos. No editorial do Público sobre o novo jornal é dito "A pressa da vida moderna nem sempre tolera espaço e tempo para o prazer de ler jornais." Com efeito, com as enormes fotografias e a cores, o jornal desfolha-se mais do que se lê, tornando-se compatível com essa pretensa vida moderna em que não há tempo para ler nem para pensar. Não considero que a nova cara traga mais valias.
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