"54 por cento de intenção directa de voto manifesta-se a favor do "sim", enquanto 33 por cento diz ir votar "não".Tolice. Na página seguinte, vê-se que estes valores se referem ao universo dos eleitores, incluindo os abstencionistas. Sabe-se bem que, num referendo, é necessário separar as duas situações.
(...). Uma vez que a margem de erro da sondagem se situa nos 2,5 por cento, o "sim" fica muito próximo dos 50 por cento."
Primeiro, a abstenção, que determina se o referendo é ou não vinculativo. Mesmo com a margem máxima de erro estatístico da sondagem, fica-se com a ideia, para mim surpreendente, de que a abstenção não ultrapasará os 14%. Não quero crer, porque, numa sondagem de voto em urna, há uma certa pressão psicológica para que os sondados votem. De qualquer forma, a sondagem é sugestiva de um resultado vinculativo.
Para a vitória do sim ou do não, as abstenções são irrelevantes. O que conta são os votos expressos. O jornalista esqueceu-se de coisa tão elementar, que salta à vista na figura da página seguinte: 62% para o sim, 38% para o não. Não há erro de amostragem que mude o resultado final, embora estejamos a falar apenas de uma sondagem.
A meu ver, o Público teve grande correcção e isenção durante esta campanha. Mas no melhor pano cai a nódoa.
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