14 fevereiro, 2007

Gente fina é outra coisa

Quem escreve com nome e cara públicos tem de ser honesto e confessar todos os pecados, para que os leitores dêem o devido desconto aos escritos. Aqui vai uma confissão. Tenho o enorme desgosto de não pertencer ao "jet set" e de não receber todos os dias telefonemas dolicodoces do sr. Castro, uma ternura. Isto vem a propósito de uma notícia do público de 10.2.2007 (provavelmente, como é costume, isto vai sair ao retardador, quando me lembrar de o ir buscar ao meu enorme arquivo).

Foi presa uma senhora, Maria das Dores Pereira da Cruz, suspeita da autoria do homicídio do marido.
De acordo com pessoas próximas de Maria Pereira da Cruz, a relação da ex-bancária com o marido encontrava-se degradada há já "algum tempo". Para além de problemas sentimentais, a mulher do administrador da Campotec, uma importante central de distribuição de produtos hortícolas da região de Torres Vedras, debater-se-ia também com problemas financeiros, devido a uma "vida de luxos".

A última actividade de Maria Pereira da Cruz fora a representação da marca Kenneth Turner, especialista em velas aromáticas, que veio a revelar-se um fiasco comercial. O negócio terá transitado do seu primeiro filho, fruto de outro casamento. José David, de acordo com declarações de José Castelo Branco, seu amigo, está ligado à moda e é actualmente estagiário na revista Vogue, em Nova Iorque.
(...)
Ela amante de luxos, ele amante de piano José Castelo Branco conta que foi através de José David que conheceu Maria Pereira da Cruz. A célebre figura do jet-set descreve a mulher como "uma pessoa divertida, que adora vestir-se e arranjar-se". "Era um pouco doida, mas no bom sentido, no sentido em que era extrovertida", precisou Castelo Branco, acrescentando que o casal esteve uma única vez em sua casa, numa festa, "mas nem sequer foi fotografado".
Esta proximidade com Castelo Branco, mas sobretudo com os cabeleireiros Duarte Menezes e João Chaves, de cujas casas seria visita frequente, não significa contudo que Maria Pereira da Cruz fosse uma figura recorrente do jet-set.
Isto começa a baralhar-me. Moda, cabeleireiros, e ainda por cima o conde de Chateau Blanc? Finalmente, o juízo de que afinal a senhora não era assim tão Caras. Mas quem melhor para decidir?
Líli Caneças, assídua em eventos deste tipo, afirma não a conhecer. "É o segundo jornalista que me telefona por causa disso, não sei porquê. De nome, não a conheço", salientou.
Fico mais tranquilo, porque destas coisas quem sabe é a Lili, muito querida, aí vai um beijinho, não sei bem onde, escolhe, em sítio que não desmanche a plástica.

Nota final – alguém conhece o jornalista fofoqueiro responsável por esta brilhante peça, Ricardo Dias Felner?

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