28 setembro, 2007

Exercícios de respiração por causa de hiperventilação

Enquanto, me dedico à avaliação de estragos irreparáveis, ocasionados ao futuro de muitos alunos do ensino superior politécnico, promovidos pela Direcção Geral de Ensino Superior, sob a intencionalidade e/ou complacência do MCTES e, perante a inércia e passividade das próprias instituições politécnicas afectadas, e a fazer uns exercícios de (contenção de) respiração - isto é, estou a tentar, (à semelhança de sobrevivermos em anóxia) nos subterrâneos, a calcular os danos institucionais das escolas e alunos, em especial, daquelas que, apesar de cumpridoras de todos os requisitos legais, tiveram reais preocupações estratégicas na concepção das formações politécnicas adequadas que ofereceram no passado e se propuseram garantir no futuro, para adaptar as suas formações anteriores aos requisitos do Processo de Bolonha, e que se vêm agora sem resposta concreta às suas propostas, deixando quanto a mim, de uma forma totalmente irresponsável, largos contingentes de alunos - por baixo por baixo, eu estimo pelo menos uns 5,000 - empurrados para um beco sem saída, ou melhor, com saídas facultativamente mandatórias para outras instituições de ensino superior, muitíssimo menos enquadradas, bem preparadas e/ou experientes em algumas formações, relativamente, às quais se descobriram, de repente, não mais do que de repente, vocacionadas quando, por força dos processos de adequação ao Processo de Bolonha, os 2ºs ciclos das licenciaturas bi-etápicas entraram em cessação abrupta, dentro de um ano, no máximo, dois anos, instituições melhor preparadas e equipadas, se vêm a trocar impressões com falsos autistas.

Será que fui só eu, neste país, a falar com cerca de cada um, aos pares ou em grupos, de uma meia centena de finalistas de bacharelatos, a perguntar-me: e agora, ajude-me, o que "acha" que eu devo fazer?

Esta situação não parece impossível, num estado de direito, que nos diz, de cinco em cinco minutos, que persegue a excelência da educação superior?
Asseguro-lhes, situações estapafúrdias, meus caros e raros leitores, são mesmo possíveis, o governo do estado é que, a mim, não me parece andar nada direito!
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Por piedade, alguém me traga um cartuxo - pode ser um qualquer de papel para os meus exercícios de respiração ou, pelo menos, o cartuxo das balas do meu rifle de caça grossa, que tranquei no cofre, daquela minha prateleira, lá de cima.
Meus caros e raros leitores, em resumo, é meu entendimento que em todas as circunstâncias ruins da vida, há vítimas, mas há ainda mais voluntários....

2 comentários:

Fernando disse...

Se não estou enganado o MCTES age subordinado a um programa de Governo que foi maioritariamente sufragado pelos portugueses. O mesmo é dizer que pode haver iluminados que acham o dito programa, é medíocre, incompetente e que vale menos que zero, contudo esses iluminados representam-se a si próprios e quiçá aos seus conhecidos e familiares. Eu não votei num tal programa, porque achei que o Sr. Sócrates era uma visão requentada do Sr. Guterres. Felizmente, enganei-me e apesar do escândalo da UNI, declaro-me rendido a este Governo, que foi o único de que tenho memória que entendeu explicar aos habituais vampiros do OE, que a maioria dos portugueses está farta do mesmo filme. O filme das instituições públicas inventarem pretextos, para ter o que fazer e se autoreproduzirem como se de amebas se tratassem e sem que o país real (os pagantes do costume), daí venha a retirar o mais pequeno beneficio.
Porque carga de água é que os meus impostos, ou os impostos de um trabalhadora do sector têxtil ou de algum mineiro, tem que servir para sustentar um Sr. Professor catedrático que dedicou toda a sua excelentíssima carreira, a investigar o comportamento sexual do Sr. Bocage??? Ou a financiar os Mestrados dos alunos que orientados por esse senhor Professor Doutor, pretendam investigar a fundo um tal assunto??? Se o sector privado pretende financiar uma tal investigação, força que parece que é dedutível nos impostos, eu por mim não estou nada interessado no assunto.
E eu que pensava que os seus alunos, e os demais no final de um Bacharelato, era suposto darem entrada no mercado de trabalho, a fim de contribuírem para a economia nacional!
Afinal estava enganado, o Bacharelato não serve para coisíssima nenhuma e a seguir venha de lá o Mestrado, de preferência no mesmo Politécnico que leccionou a Bacharelato, e quando estiverem finalistas do Mestrado “Profissionalizante ou Técnico ou lá o que seja”, novamente a mesma ladainha "ajude-me que não sei o que fazer", pois que agora bom bom, era que o mesmíssimo Politécnico pudesse leccionar também uns Doutoramentozitos (de preferência com um forte apoio do Estado para que as propinas não sejam muito elevadas), porque é mesmo isso que o mercado de trabalho está mesmo a pedir. Quer dizer, é melhor pouparmos trabalho a toda a gente e transformarmos logo os Politécnicos em Universidades, para que dessa forma os Prof. Adjuntos podem passar logo a Associados e os Prof. Coordenadores a Catedráticos e assim toda a gente fica feliz e contente e já se sabe funcionários felizes trabalham, mais, melhor e mais depressa.
E já agora acabamos com o Ministério da tutela e poupamos uma data de massa e na mesma linha de acção, legisla-se para que o Orçamento para sector seja desde logo gerido directamente pelo CRUP e pelo CCISP.
Por último merecem-me muitas dúvidas, a alegada melhor preparação de alguns Institutos comparativamente a algumas Universidades, estaremos quanto muito a falar isso sim é em instituições universitárias tão mediocres que não merecem sequer o titulo de Universidades, só por esse motivo se entende essa afirmação.Acredito no entanto que uma saudável competição pelos dinheiros públicos, irá levar ao desaparecimento dessas instituições que só se mantém devido a certos lobbies politicos.
Os tais que pretendiam criar Universidades Politécnicas.

Regina Nabais disse...

Só hoje publico o comentário, porque só hoje consegui acesso físico à "internet" - as minhas desculpas.

Penso que não consegui expressar correctamente o que queria dizer, o que eu penso, fernando, é que:
1) teria que ser definido, ATEMPADAMENTE, a nível superior, é que a Instituição Pública X, entre os anos lectivos n/n+1 e p/p+1,
leccionará apenas formações Tipo A e B, ou só tipo A, e ponto final.
É para isto que seriam necessários os custos políticos da tutela.
2) O que a tutela não pode deixar, indefinidamente, é Instituições Politécnicas COM PROVAS DADAS EM QUESTÕES DE EMPREGO DOS SEUS FORMANDOS, CURRÍCULO COMPROVADO DE INTERNACIONALIZAÇÃO (que participa da estruturação internacional, 29 países, de currículos na áreas em que lecciona) E INVESTIGAÇÃO APLICADA (DOMINANTEMENTE CUSTEADA INTERNACIONALMENTE e não do tipo FCT) os seus alunos, mão de obra e bastantes recursos diferenciados de prevenção, sem termo certo, pré-pagos pelo erário público - consumos dos seus impostos fernando, mas também dos meus impostos. SÓ ISTO!.
Se essas instituições se devem dedicar exclusivamente, a outras actividades, níveis e ou áreas, ISTO TERÁ QUE SER EXPRESSAMENTE DITO, e ASSUMIDO POLITICAMENTE, para mim espertalhices saloias, covardias e oportunismos tem horas adequadas para serem usadas.
3) Para além do mais, se reparou bem, fernando, constatará que, no post, não foram mencionados custos ou financiamento públicos - uma coisa é a instituição reunir ou não os requisitos para leccionar os níveis que se propõe, outra coisa muito diferente é a leccionação ser ou não custeada pelo erário público.

Espero que tenha ficado um pouco mais clarificada a situação que pretendi expor. Se não, por favor, avisem-me.