07 setembro, 2007

Sucessos e insucessos



Esta infografia ("clicar" para ampliar) veio há tempos no Público e ilustra algumas mudanças em Portugal, em períodos variáveis, comparando-as com as da média da UE, nos mesmos períodos. Claro que, à cabeça, falamos sempre do PIB, neste caso per capita, o mais significativo, a meu ver. A subida foi enorme, nos últimos 20 anos, de 7 para 17 milhares de euros. O pior é que isto significa apenas uma subida de 7% do valor em relação à média europeia, valor que ainda hoje é de 65%.

Como toda a gente sabe, lembrando-se da época do betão do cavaquismo (e também depois), também um aumento espectacular da rede de auto-estradas. Em 1995, 0,7 km por 100 km2, exactamente metade da média europeia; em 2003, 2,2 km, contra uma média europeia de 1,7 (em alguma coisa havíamos de estar acima da média, e é porque ainda não se mede a parvoíce, a saloice e coisas que tais).

O lixo urbano, em 20 anos, passou de 385 kg anuais per capita para 446 kg, aumentando 16%. É um indicador de desenvolvimento (?) ou de migração rural-urbana que não me tinha ocorrido. No mesmo período, esta taxa europeia aumentou 26%. A evolução mais reconfortante e até espectacular, em 20 anos, foi a da mortalidade infantil, baixando de 15,9 por mil para 3,5.

Também impressionante é quando se passa para um símbolo da estratégia de Lisboa, o acesso à internet. Em apenas cinco anos, até 2006, o acesso médio da UE, em percentagem de habitações, passou de 49 para 54. Pode parecer pouco, mas foi um aumento médio anual de 2%. Em Portugal, aumento de 15 % para 35%, quase 7% ao ano, em relação ao ponto de partida. No entanto, ainda estamos a 65% da média da UE.

Mas não há bela sem senão. Continuo a insistir que nada disto é sustentável sem a educação e o capital humano. Olhemos para a percentagem de jovens na classe etária dos 15 a 24 anos que continuam a estudar. Esta classe é muito importante, porque vai, grosso modo, desde o fim da escolaridade obrigatória até ao fim dos estudos superiores. Dados de 1999: 50,2% em Portugal, 55,2% na média da UE, representando a taxa portuguesa 91% da média da UE. Dados de 2004, apenas 5 anos depois: Portugal 51,6%, UE 61%. Crescemos 3%, a UE 18%. Passámos de 91% da média, nada mal, para 85%. E daqui a cinco anos?

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