Na sua coluna do Público, escreveu Vasco Pulido Valente que discordava da inumação de Aquilino no Panteão, não por ter sido anarquista mas por ter sido um escritor medíocre. VPV tem todo o direito à sua opinião, desde que fundamentada minimamente. Também eu confesso que não consigo ler Saramago desde há uns tantos livros para cá. No entanto, escrever num jornal "de referência", sem mais", que Saramago é um escritor medíocre, só porque não gosto de o ler, e sem nenhuma outra fundamentação da minha crítica, é acto demencial ou de uma intolerável infantilidade provocatória de menino-bem e mimado. Se eu me puser aos berros no Rossio a dizer que Picasso nem desenhar sabia ou que Einstein não sabia resolver uma equação, sou bom candidato ao Júlio de Matos.
Não há pachorra para aturar boa parte da nossa "intelectualidade". Ainda por cima, eu sei que eles até gozam connosco, em clube privado. Não tomam a sério esses seus dislates, não os discutem como opinião, gozam que nem perdidos é com o seu campeonato de "épater le bourgeois". Mas de quem é afinal a culpa? Não será de quem lhes dá o lugar na tribuna da opinião? Faria bem a muita gente cúmplice com isto reler o que Fradique escreveu sobre o Pacheco, de quem se falava em todas as barbearias de província, um rapaz de imenso talento.
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4 comentários:
Não acha que, frequentemente, opiniões destas obedecem mais a um snobismo petulante que a uma apreciação ponderada?
Presumo que se está a referir a VPV e não a mim!... Concordo inteiramente.
Já eu, nunca compreendi o lugar que um tal de Almeida Garrett presumivelmente ocupa no mundo das letras. Ou - o lugar que lhe conferem.
Peço desculpa pela pouca clareza. Referia-me, sim, ao Sr. Vasco P. Valente.
Também a mim, aquela classificação de "escritor medíocre", soou muito, mas muito desafinada.
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