Durante a campanha do referendo sobre a despenalização do aborto, não vi que fosse muito contestada a estimativa de 20.000 abortos clandestinos por ano. Era a projecção de dados policiais e da comparação internacional com a percentagem de legais, nomeadamente em clínicas espanholas.
Leio agora (Público, 21.9.12007) que, nos primeiros dois meses de vigência da nova lei, foram praticados cerca de 1400 abortos, o que projecta para 8400 por ano. É claro que esta projecção é muito falível, porque ainda não se entrou em "velocidade de cruzeiro". Uma coisa parece certa: contra os alarmes dos defensores do não, não há evidência, para já, que a lei esteja a estimular o aborto. Pelo contrário, até é plausível que tenham razão os que receavam que, mesmo com a nova lei, não se criassem condições efectivas para a sua aplicação.
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