Notícia de ontem do Público. “Está desde hoje nos quiosques espanhóis um novo jornal diário. De seu nome El Público, é um produto da Mediapro, sociedade que também está presente no núcleo duro accionista da recente cadeia de televisão, La Sexta. A nova publicação define-se como ‘progressista, de esquerda, popular, democrática e radical’ (…) Com uma redacção entre 130 a 140 jornalistas, delegações em Sevilha, Barcelona, Santiago de Compostela, Bilbao, Valência e Galiza e um horizonte de dez correspondentes internacionais, El Público apresenta algumas novidades. Não há editorial, peça que o director afirma só ter razão de existir no século XIX. E, todos os dias, haverá seis páginas dedicadas à ciência e outras tantas sobre temas culturais."
Falta também em Portugal, pelo menos falta-me a mim, um jornal que se assuma como tal, progressista e de esquerda. Creio é que não há espaço para tal, em termos de sustentação financeira (vendas, publicidade). Isto merece alguma reflexão. Começa por os nossos dois jornais de referência, Público e Diário de Notícias, se venderem a 90 cêntimos, ao passo que o novo jornal espanhol se ficar pelos 50 cêntimos. No entanto, não se acredita que gostem de ter prejuízo.
Mais importante, é que o novo jornal vai ter uma tiragem de 250.000 exemplares, num mercado em que os dois maiores, El País e El Mundo, já representam cerca de 760.000 exemplares. É aqui que as situações ibéricas são incomparáveis. Com o novo jornal, essa tiragem global é de cerca de um exemplar por 40 habitantes. Em Portugal, os dois citados contam com cerca de 80.000 exemplares, um por 125 habitantes. Como disse, é voz corrente que isto já é mercado saturado. Contentemo-nos, portanto com os tais dois, e em relação aos quais venha o diabo e escolha.
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1 comentário:
O El Mundo também começou por ser vendido a 50 centimos e agora custa 1 euros, como o El Pais (não compro o ABC ou La Razón mas imagino que também se aproximem do euro). Em todo o caso o que não falta em Espanha são jornais que se dizem de esquerda e de direita. O que faltam são jornais de centro ou, pelo menos, jornais que permitam a co-existência de pontos de vista dissonantes no mesmo espaço editorial. Ontém comprei o El Público e confesso que fiquei com a sensação de que este jornal pretende ocupar este espaço central mais do que afirmar-se pela esquerda. Se o fizer talvez consiga sobreviver. Se não o fizer dificilmente ocupará o lugar do El País.
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