Vou admitir que os estudos que condenam Rio Frio são correctos e que Montijo também levanta graves problemas ambientais e riscos de voo, por causa das aves. Mas do campo de tiro de Alcochete ninguém diz nada. É tabu? Para treino da nossa vestigial força aérea ou por compromissos com a Nato?Declaração de interesses: isto não quer dizer que eu defenda a solução Alcochete. Sou totalmente incompetente para o fazer; verifico apenas que, como me interrogava então, é uma hipótese aceitável para estudo.
15 junho, 2007
Alcochete, 2005
Admito que o que vou escrever possa parecer gabarolice. Esta história do campo de tiro de Alcochete dizia-me alguma coisa, a mim próprio. Depois de alguma pesquisa, eureka! Descobri uma nota aqui publicada em 27.12.2005 (!), "A Ota e o TGV", em que escrevi, entre muito mais coisas, o seguinte:
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6 comentários:
Não quero, de maneira nenhuma tirar-lhe qualquer mérito por se ter lembrado há dois anos do Campo de tiro de Alcochete. Confesso que, na altura, não valorizei a ideia por duas razões: porque tinha a sensação que não tinha o tamanho necessário e porque não vi mais ninguém falar numa coisa que, a ser possível, me parecia que seria a primeira ideia a surgir. Mas não surgiu, não sei porquê.
Contudo, convido-o a dar uma vista de olhos no estudo da CIP. Reparará que a ocupação do Campo de tiro é mínima, assim como a ocupação do próprio concelho de Alcochete. A proposta de ocupação é no concelho de Benavente e na parte oriental do Concelho do Montijo, nomeadamente Canha e Pegões, em terrenos sobre os quais eu tenho dito que pesam interesses muito grandes.
Como sabe, o grande negócio imobiliário não está no espaço do próprio aeroporto, cujos terrenos serão expropriados ao preço da classificação que têm. O grande negócio virá com a valorização dos terrenos circundantes que passam a ser "terrenos ao pé do aeroporto". Eu não tenho nada contra um aeroporto rodeado de ressorts e campos de golfe a norte e leste, e com os apoios do lado "dos pobrezinhos" a sul e a oeste. Sou é contra um projectode desenvolvimento de Lisboa que envolve um círculo que vem da Malveira a Setúbal, com x milhões de pessoas, num país onde há apenas 10 milhões de habitantes. Já foi essa a posição que assumi quando fizeram a ponte Vasco da Gama: ela pressupunha um raio de desenvolvimento da grande de Lisboa absolutamente megalómano e absurdo, no país que existe. Que país será este onde, com apenas 10 milhões de habitantes, existe uma grande Lisboa, que se prepara para englobar toda a provéncia de Setúbal, até à Lezíria do Tejo? Estamos a caminho de uma S. Paulo ou México, com todos os problemas que daí resultarão?... É para pensar coisas destas que existem geógrafos, e não se podem fazer as coisas só com engenheiros.
Não estou seguro (a guerrilha político-mediática tem o condão de nos confundir mesmo quando pensamos ter ideias claras) de nada. Mas tenho a certeza de que não estamos a discutir o bem do país. Estamos a tomar posição numa guerra entre dois lobbies financeiros que se colocaram para um lado ou para o outro. Foi por isso que OTA entrou em banho maria com o PSD e regressou com o PS.
E esquecí-me de dizer o que não será de menor importância. Por uma vez, eu estou de acordo com o Pacheco Pereira e duvido das boas intenções do Governo na aceitação da discussão de uma nova proposta para aeroporto. Acho que esta situação, e a reacção do governo, têm como objectivo parar a discussão da OTA durante os seis meses que se seguem
Segundo li no Jornal do Montijo, os terrenos do campo de tiro de Alcochete (que pertencem aos concelhos do Montijo e Benavente) confinam com os da herdade do processo Portucale!!
Pessoalmente, estou-me nas tintas para quem ganha com esta discussão, se o Belmiro e quejandos, se o Bes e pandilha - e outros que não aparecem mas que se escondem por detrás de testas-de-ferro do Oeste.
O que me incomoda, é que se discuta, precisamente, essa vertente e não o investimento de todos nós - porque somos nós quem o pagará, não se esqueçam - e à luz deste último factor, não só se prova e comprova que sai muito mais barata a opção Alcochete, como esta tem a capacidade exigida para o previsto futuro crescimento - a não ser que se pretenda terraplenar toda a serra de Montejunto, não?
Em plano secundário mas não menos importante, é segura em termos de movimento aeroportuário e bem mais próxima de Lisboa.
Este portuguesismo bacoco de se invejar o que outros ganham ao invés de se preocuparem com o que todos pagarão, é que me incomoda e muito.
Trata-se exactamente disso mesmo, de saber quem representa o interesse de todos nós, se o bes ou a sonae ou quem tem a devida legítimidade democrática.
Concordo, essencialmente com os comentários que se referem essencialmente aos custos reais da obra e não a quem ganha mais ou menos, eu penso que ganhamos todos com a construcção do novo Aeroporto em Samora Correia, pois é nesta freguesia que se situa 90% dos terrenos do actual campo de tiro.
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