04 junho, 2007

Que futuro para as privadas?

A tabela seguinte foi publicada no último Expresso, com base em dados do MCTES. É possível que haja alguns erros. Por exemplo, na minha universidade, disseram-me que há o dobro de professores doutorados.

Universidade
(A) Alunos
(B) Doutores
(A)/(B)
Lusíada
8659
123
70,4
Lusófona
8847
111
79,7
Fernando Pessoa
3860
102
37,8
Autónoma
2729
65
42,0
Portucalense
1629
27
60,3
Independente
2395
26
92,1
Atlântica
893
12
74,4
Moderna
607
12
50,6
Internacional
484
10
48,4

Ora a proposta de lei, em discussão, de regime jurídico das instituições de ensino superior estabelece como requisito para funcionamento de uma universidade uma relação máxima estudantes/doutorados de 30. Haverá coragem política para aplicar isto às privadas, face a essa tabela? E, se sim, onde se colocam no sector público estes cerca de 30.000 estudantes?

1 comentário:

Mário Carvalho disse...

Tenho sérias dúvidas sobre o que significam os valores apresentados na referida notícia do Expresso.
O que significa, por exemplo, "Lusiada"? A instituição de Lisboa, ou o conjunto das "Lusiadas" (Lisboa, Porto, Famalicão e Beja). Os números de inscritos em 2006/2007 apresentados pelo OCES são respectivamente 4251,3395,1209 e 349. Isto perfaz um total de 9204!
Os números referentes a doutores são também bastante problemáticos.
Os dados do Rebides/OCES referentes aos docentes em 31/12/2005 mostram, para essas 4 instituições, um total de 116 doutores a tempo inteiro. Se se descontarem as acumulações, este número baixa para 103.
A Lusófona (Lisboa) tinha em 31/12/2005 um total de 185 doutores, mas apenas 122 a tempo inteiro, e um total de 9304 alunos
em 2006/2007.
Confirmo que a maior pecentagem de doutores nas universidades privadas está na Fernando Pessoa, acima da Católica se corrigidas as acumulações.
Descontadas acumulações e no seu conjunto a U. Católica tinha 342 doutores (242 ETI's) em 31/12/2005, sendo que apenas 214 estavam a tempo inteiro. O total de alunos inscritos em 2006/2007 é 10771.
Os números da notícia não parecem correctos, mas qualquer esforço de correcção conduz a resultados piores. Conclusões semelhantes se retiram tanto para o politécnico público, como para o privado.
Será que na versão final as imposições quanto à composição do corpo docente vão ser alteradas? Ou vai surgir um período transitório, mais ou menos alargado? Ou será que fica tudo na mesma à espera da agência de acreditação?