11 junho, 2007

Prática médica

O Público de ontem traz um longo e interessantíssimo artigo, de Richard Horton, da New York Review of Books. É uma recensão do livro "How doctors think", de Jerome Groopman, que certamente vou ler com muito interesse. Tem a ver, em boa medida, com a actual educação médica e, por isto, merece uma nota aprofundada no meu sítio.

Aqui, para o leitor menos interessado na educação médica, reproduzo uma passagem do artigo. Julgavam que isto era só cá? O poder das grandes farmacêuticas é mundial, também nos médicos americanos.
"A descoberta de novos medicamentos tem trazido grandes benefícios aos doentes. Mas os incentivos oferecidos aos médicos e aceites por eles - prendas, viagens de avião, estadias em hotéis, refeições dispendiosas - distorcem a sua capacidade para tomar decisões independentes a respeito de tratamentos. Num recente estudo que abrangeu mais de 1600 médicos americanos, por exemplo, nove em cada dez afirmou ter uma relação com um laboratório farmacêutico. As contrapartidas que os médicos recebiam dos laboratórios iam desde amostras de medicamentos a bilhetes para eventos desportivos, de pagamentos por intervenções em congressos a pagamentos pelo recrutamento de pacientes para participar em estudos clínicos."

2 comentários:

Anónimo disse...

Li o artigo e estou à espera do livro. O artigo referia umas quantas coisas mais - que não só a relação com as indústrias - sobre as quais me considero um verdadeiro especialista (na qualidade de doente) e com as quais tive ocasião de concordar, ficando surpreendido por ter sido dito por um médico.

JVC disse...

henrique, também eu transcrevi muito mais, mas na nota mais elaborada que publiquei no meu site. Não o fiz aqui por julgar ser coisa demasiadamente técnica. No entanto, como diz, há muita experiência por aí, como doente.