"No PÚBLICO de 1 de Julho na página 40, Natália Faria escreve que Humberto Delgado sucumbiu às mãos da PIDE em 1958, o que não corresponde à verdade. Isso sucedeu já em Fevereiro de 1965.
Convenhamos que o jornal precisa de contratar revisores", escreve bepiol@...
Solicitei um esclarecimento à jornalista.
"Concordo com o reparo, obviamente. No texto em causa, confundi duas datas importantes na vida de Humberto Delgado: por um lado, a da sua candidatura à Presidência da República, em 1958, marcada pela célebre frase "Obviamente, demito-o" (Salazar, ndp) e, por outro, a do seu assassinato em Fevereiro de 1965, às mãos da PIDE, nos arredores de Valença. Era a esta data que me referia quando procurava situar a greve na Efanor. Pelo erro, as minhas desculpas", respondeu Natália Faria.
É necessário acrescentar que Humberto Delgado não foi abatido "nos arredores de Valença", mas junto à Ribeira de Olivença, em Los Almerines (Espanha). É um detalhe...
Tudo confusões desculpáveis: candidatura e assassinato, Valença e Olivença, enfim, coisas banais para uma provavelmente licenciada em comunicação social. O que estas coisas provam é que uma boa parte dos nossos jornalistas erra, mas, pior, quando se lhes é chamada a atenção, nem pensam em ir estudar, documentar-se, para não voltarem a dizer asneiras. Insistem e insistem.
E para quê a licenciatura em comunicação social? Para se saber a teoria da comunicação, em detrimento da cultura, da informação, da capacidade de a obter, do domínio da língua?
Respigo uma informação da Universidade de Chicago. Dos seus diplomados, os que ficaram a trabalhar na comunicação social, são 29% dos diplomados em humanidades, 5% dos diplomados em história ou sociologia, 3% dos diplomados em economia, 2% dos diplomados em ciências. Comunicação social, zero, até porque nem há este curso na universidade (só a nível de mestrado).
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