Parece-me que basta atentar na lista de prioridades para 2009. 1. Abolição das medidas estatais que ainda hoje são entrave à mobilidade (autorizações de residência, etc.). 2. Reforço da acção social na educação superior. 3. Esforço na colheita de dados, para constituição de uma base que favoreça a mobilidade e a empregabilidade. 3. ... 4. O desenvolvimento de uma estratégia que coloque a AEES no centro da discussão da globalização. 5. Intensificação do processo de "stocktaking", isto é, de recolha e de elaboração de toda a informação sobre o desenvolvimento do processo.
Como se vê, banalidades. Mas porquê as minhas reticências no ponto 3? Creio que é o dedo na ferida, que vale bem a pena baixar as bandeiras dos entusiasmos e reflectir. O que é definido como prioridade parece-me coisa imensa, a reequacionar todo o processo, sem o dizer explicitamente.
"Employability. Following up on the introduction of the three-cycle degree system, we ask BFUG to consider in more detail how to improve employability in relation to each of these cycles as well as in the context of lifelong learning. This will involve the responsibilities of all stakeholders. Governments and HEIs will need to communicate more with employers and other stakeholders on the rationale for their reforms. We will work, as appropriate, within our governments to ensure that employment and career structures within the public service are fully compatible with the new degree system. We urge institutions to further develop partnerships and cooperation with employers in the ongoing process of curriculum innovation based on learning outcomes."Esta prioridade só é bem compreendida depois de se ler um considerando anterior.
"We recognise that, in a changing world, there will be a continuing need to adapt our higher education systems, to ensure that the EHEA remains competitive and can respond effectively to the challenges of globalisation. (…) We underline the importance of improving graduate employability, whilst noting that data gathering on this issue needs to be developed further.""Recognize, … Need to adapt… Developed further"? É mesmo linguagem política. Isto foi a resposta minima à pedrada no charco desta reunião que foi o discurso de abertura do ministro inglês, Alan Johnson. Revela a preocupação que começa a haver quanto ao receio de o mercado de trabalho não estar a reagir entusiasticemente em relação a Bolonha. Perante tudo isto, perante, no nosso caso, o que entendo ser a perversão da adequação ao formalismo de Bolonha com total esquecimento do paradigma de Bolonha, peço que me desculpem a vaidade de alguns alertas, por exemplo aqui e aqui. Nunca descanso na vaidade do profeta, as ideias que apregoo só me dão obrigações. Prometo para breve um estudo sobre "a Europa ainda vai a tempo de fazer bem Bolonha?".
2 comentários:
"Prometo para breve um estudo sobre "a Europa ainda vai a tempo de fazer bem Bolonha?"."
E que tal um estudo em que a palavra Europa é substituída por Portugal?
PJ, esse exercício de comparação faz-me lembrar uma anedota, a dos dois alentejanos de Évora que vão para o inferno.
- Compadri, que calori que tá aqui!
- Mas, ó compadri, s'aqui tá assim, imagine como tá em Beja.
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