15 maio, 2007

A biodiversidade e a ditadura do politicamente correcto

A terminologia é por vezes bem divertida e sintomática de modas, muitas vezes sem sentido. Este governa prima. Ministérios da economia e da inovação (há uma coisa sem outra?), da ciência, tecnologia e ensino superior (idem). Tínhamos um Instituto da Conservação da Natureza, que agora, importantíssimo, passa a coisa muito mais relevante, Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade. Nunca vi pleonasmo tão estúpido, mas, como não considero que os nossos governantes são estúpidos, vou ficando por pensar que são rudimentarmente incultos e/ou videirinhamente demagógicos. O que leva a outra coisa. Se digo que não tenho o direito de os considerar estúpidos, nego-lhes o direito de nos considerarem estúpidos. "Ainda por cima, é pá, é coisa que me chateia!" (ainda se lembram do Pinheiro de Azevedo?).

Aproveito para um apelo à reflexão sobre a biodiversidade, a preservação das espécies. Muito bem, mas devemos lutar por preservar a M. tuberculosis ou o vírus da Sida? Não fazem parte da biodiversidade? A erradicação da varíola, em 1980, ou a esperada erradicação próxima da poliomielite, são atentados à biodiversidade? Ai, o politicamente correcto, a coisa mais estupidificante que por aí anda!

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