Nunca perco, no suplemento Local do Público, a pequena secção Vox populi, uma pergunta posta a quatro "pessoas da rua". Costuma ser muito ilustrativo, embora sem significado estatístico. Há dias, a pergunta era: "acha que a vacina contra o cancro do útero devia ser comparticipada pelo Estado?"
Antes do mais, uma pequena precisão. Só indirectamente é que a vacina é contra o cancro do útero e muito menos contra todos os tipos de cancro do útero, apenas contra o do colo do útero. A vacina é contra quatro tipos de vírus de papiloma, que se sabe estarem envolvidos na origem de cerca de 75% desses cancros. Já não é nada mau.
Voltando ao inquérito, a voz discordante foi a de um engenheiro (!) de 50 anos. "Acho que não, provavelmente essa vacina não é eficaz". Espantosa, a segurança de opiniões do "portuga" típico. Ao menos, vá lá, este ainda admite um "provavelmente". Será que a aliança Novartis/Merck já contratou este perito, para corrigir os erros e fazer com que a vacina "provavelmente" seja eficaz?
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1 comentário:
Por essas e por outras é que eu não leio o Público desde que introduziram o pagamento para a versão "online". É que o The New York Times deixa-me ler quase tudo e o The Washginton Post, o Los Angeles Times, O Guardian, o The Times e a Slate dão-me acesso a tudo. Para não falar de mais de uma centena de jornais disponíveis em inglês, que permitem uma visão global, da Palestina a Vanuatu, do Zimbabwe à Samoa.
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