1. "Maria de Belém Roseira distinguiu as posições dos que são contra e a favor da despenalização do aborto até às dez semanas, realçando que o "sim" não obriga ninguém a interromper a gravidez, enquanto o "não" não impede os abortos clandestinos. "O "sim" é tolerante e o "não" é intolerante", frisou.
"Não se trata de liberalizar, mas sim de despenalizar", repetiu a antiga ministra da Saúde e da Igualdade, definindo o que vai "estar em causa" no referendo dia 11 de Fevereiro."
2. Os valores, mesmo aqueles que parecem absolutos, são sempre relativos, nota: pode matar-se em legítima defesa e legitimar-se como justas certas guerras; a pena de morte ainda hoje é adoptada "em duas grandes civilizações".
Revê-se na posição que tomou há 22 anos, num artigo no Expresso: mesmo alguém que, em sua consciência, seja contra o aborto, pode votar a favor da lei. "É errado este deslizar do problema para a zona da consciência. Tem a ver mais com o direito penal e a saúde pública. Não há, na sociedade portuguesa, um consenso ético em relação a este direito. O importante é que a lei não obrigue ninguém a violentar a sua consciência. Nem imponha à sociedade a perspectiva ética de alguns." (Luís Moita, ex-sacerdote católico, professor universitário)
3. Creio que é compatível o voto na despenalização e ser - por pensamentos, palavras e obras - pela cultura da vida em todas as circunstâncias e contra o aborto. O "sim" à despenalização da interrupção voluntária da gravidez, dentro das dez semanas, é contra o sofrimento das mulheres redobrado com a sua criminalização. Não pode ser confundido com a apologia da cultura da morte, da cultura do aborto, embora haja sempre doidos e doidas para tudo. (Frei Bento Domingues, dominicano)
Nota – Provavelmente, estas citações terão continuidade. Estas são do Público de 28.1.2007. Para não ser repetitivo, entenda-se que as próximas são sempre do Público.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário