Ainda não vi ninguém negar uma estimativa, claro que imprecisa. Em Portugal, fazem-se cerca de 20.000 abortos por ano. Os legais são uma gota de água, apenas umas centenas, em grande parte por obstrução da objecção de consciência dos médicos. Na Espanha, com IGV limitada mas relativamente liberal, os abortos legais são em número de cerca de 92.000 por ano, donde cerca de 1 por 474 habitantes. Na França, com despenalização, cerca de 211.000 abortos, 1 por 288 habitantes. Em Portugal, 1 por 500 habitantes!
E isto em situação de clandestinidade e de criminalização. Alguém pode negar que é um drama a exigir, por um lado, é certo (e todos os apoiantes do "sim" estão de acordo) uma acção de planeamento familiar muito mais eficaz, mas também, obviamente, a eliminação de tão elevada taxa de ilegalidade com importantes reflexos na saúde das mulheres?
Já adivinho a critica. "Mas ainda vão ser mais com a despenalização". Onde estão as estatísticas que o provam? Pelo contrário, há a experiência internacional de dois factores importantes. Em primeiro lugar, como espero que aconteça em Portugal, a mulher que pretende fazer um aborto legal é primeiro aconselhada psicologicamente, do que muitas vezes resulta o recuo na decisão. Depois, passa a ser referenciada para maior acompanhamento em consultas de controlo da natalidade.
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