07 janeiro, 2007

Carta ao provedor do leitor

Há coincidências que parecem mesmo uma provocação. Escrevi-o em resposta a um comentário do Henrique à minha entrada anterior. Aqui vai, por conseguinte, a tal mensagem que estava a escrever a Rui Araújo, provedor do leitor do Público, sobre a sua crónica de hoje, "Uma forma de plágio" (só o título já é pedrada no charco).
Caro Sr. Provedor,

1. A leitura da sua página é minha obrigação dominical, sempre com o maior apreço. Hoje, justifica que lhe dirija uma mensagem de felicitações pelo seu desassombramento corajoso. Em boa justiça, as felicitações são extensivas ao jornal, que tem a honestidade de publicar coisa tão devastadora. Que jornalistas temos nós? Clara Barata não é uma principiante. Errou gravemente, ofendeu a ética mínima do rigor intelectual (não apenas a ética profissional). No entanto, o que me impressiona mais é a sua arrogância desonesta nas respostas ao provedor. Ela devia era estar à procura do mais fundo buraco para se esconder, de vergonha, mas não, até parece "gozar".

2. Se os jornalistas experientes são assim, que dizer dos novatos (presumo que o seja C. G.) em relação a bem escrever? Na página 26: "Sabe-se que o avião desviou-se da rota (...)". Era bom que o jornalista soubesse "que o avião se desviou da rota". E para que serve o editor?

3. E, à Steve Jobs, "uma última coisa", parecendo que é coisa sem importância. O Destaque de hoje, dedicado à evolução da indústria automóvel, é da maior importância, mas parece-me pouco ponderado. Em parte muito considerável, é quase publicidade de uma marca. Não gosto de fazer processos de intenções, mas pergunto-me quantos leitores terão ficado curiosos acerca do valor que a Toyota pagou ao jornal. Não basta que a mulher de César seja séria, é preciso também parecê-lo.

Com muita estima,

1 comentário:

Pedro Aniceto disse...

Nem precisam pagar... ;)