Não nego que o romantismo da revolução cubana, da saga da Sierra Maestra, da figura de Fidel e do Che, tenham marcado a minha juventude. No entanto, nada hoje me atrai no regime cubano. Isto não me leva é a falsificações históricas, como a de Helena Matos (HM) hoje, no Público.
A questão tem a ver com o apoio cubano à luta independentista das colónias portuguesas. O episódio do capitão Peralta, aprisionado na Guiné, é exemplificativo, mas deturpado por HM, que o insere numa acção cubana não para fazer revoluções mas para fazer geo-política. E nem refiro a infeliz prosa de HM, pretensamente jocosa, sobre a partida de Peralta para Cuba, já depois do 25 de Abril.
Mais grave é a forma como HM vê a participação cubana em Angola, em 1975. Parece que as tropas cubanas vão para Angola sabe-se lá porquê (ou melhor, deduz-se, por geopolítica) e que, um pouco de surpresa, acabam por se ver envolvidas em combates. É incrível tal “desconhecimento” da história recente. O destacamento cubano vai para Angola em situação de emergência sabendo que chegava ao aeroporto e iria imediatamente para a linha da frente, a combater a coluna sul-africana e de mercenários portugueses, já às portas de Luanda, e que ameaçavam a independência, proclamada nos termos previstos em Alvor.
Finalmente, HM, a sua referência a diamantes e a droga levada para casa pelos combatentes cubanos (coisa que não prova) é demasiado mesquinha para uma jornalista do seu nível.
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2 comentários:
discordo.
Esse texto é um bom do nível actual da Helena Matos como jornalista ( cronista, comentadora, etc..)
um bom exemplo, claro está.
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