10 outubro, 2007

Ensino médico (I)

Há dias, terminaram o seu curso os primeiros estudantes de medicina da U. Minho. Como os meus leitores universitários sabem, é um curso inovador, juntamente com o da Beira interior. Para simplificar, direi só que segue o modelo McMaster e o tipo de aprendizagem “problem based learning”. Já escrevi sobre isto e ainda tenho esperança de vir a dirigir, como estou indigitado, um curso de medicina do mesmo tipo e de cuja concepção sou autor.

Acerca desse meu trabalho, um eminente professor de uma das escolas médicas tradicionais dizia-me há algum tempo, com sobranceria, que esse modelo era uma moda e que a prática mostraria que os médicos formados pelas escolas tradicionais passariam muito à frente desta modernice de médicos à moda do Minho.

Pode haver muitos critérios de comparação, mas eu vou por este. Os 50 médicos agora formados em Braga são o que “resta” dos 52 que se inscreveram no primeiro ano. No total, o curso tem uma taxa de sucesso escolar de 98% (e ainda sem um hospital devidamente adequado ao ensino). Qual é a das escolas tradicionais?

Sérgio Machado dos Santos e Cecília Leão estão de parabéns, sem esquecer todos os que permiram este sucesso.

1 comentário:

VeeGee disse...

Critérios de comparação
Caro JVC.
Quase no final de dez anos de gestão da cavacal criatura, um dos números apresentados para o êxito do ensino, era a percentagem de alunos que tinha concluído o nono ano de escolaridade sem abandonar a escola. Sabemos que uma das medidas levada a cabo pelos cavacais ministros da educação era criar obstáculos a que um professor conseguisse chumbar um aluno. A percentagem de aprovações subiu em flecha. Pudemos mostrar à Europa as grandes melhorias do ensino.
Como critério de comparação, ler a taxa de sucesso escolar, que também irá afectar o futuro da instituição, sem ter em atenção os curricula e os métodos de avalição, pode levar a resultados muito perversos.
Não estou a tecer quaisquer comentários à formula do curso, nem às vantagens que pode ou não oferecer relativamente aos métodos tradicionais. Mas acho que tens de escolher outro critério de comparação.
Apenas uma questão de princípio. Se a cavacal critura diz, então está errado! Se usou um critério de comparação, então não deve voltar a ser usado. :)