30 agosto, 2007

Missão - Toupeira

Seguindo o exemplo do Blog-Colabor, tenho também andado no cumprimento escrepulosíssimo de umas quantas Missões-Toupeira.
Eu explico: já há umas semanas, que ando por aqui e por ali, a escavar e a remover terra de várias fontes de informação e, admito, estou a ficar esmorecida com tudo o que por vejo fazer, que aqui não consigo ver.
O que vejo por lá (Forfás - Ireland's national policy and advisory board for enterprise, trade, science, technology and innovation, entidade que está justamente a efectuar uma proposta-contributo para o desenvolvimento do país tendo em consideração uma vision of Ireland in 2020 in which a well-educated and highly skilled population contributes to a competitive, innovation-driven, knowledge-based, Future Skills Needs participative and inclusive economy).
Por favor, reparem no pormenor do ano - horizonte temporal de trabalho - 2020, e atentem apenas para dois exemplos seguintes, de como eles esquematizam o que se propõem executar:
1º - 5th Report. Expert Group on Future Skills Needs. 2007. - estudo estratégico de gestão de competências. Smiples, bem pensado e, naturalmente, muito definido.
2º - Full Report - The Role of the Institutes of Technology in Enterprise Development.(2007). No caso, trata-se de um trabalho que orienta e compatibiliza as características, e expectativas de Escolas Superiores de carácter tecnológico - muito semelhantes a alguns dos nossos "Politécnicos" - com as necessidades previstas pelo mercado. Enquanto nós, por cá, iremos fazer não percebi, bem como, nem o quê de Investigação Orientada [*].

Podemos então comprovar, que não só a galinha deles tem mais enxúdias, a erva deles é mais e mais verde que a nossa, como ainda usam sistemas de trabalho mais sérios, e dispõem de dirigentes muito mais eficientes que os nossos (ou vice-versa).

Poderemos nós fazer alguma coisa?
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[*] Bom, eu não sei nada sobre esse tema, mas sei muito bem quem sabe (ou que empombou que sabe), e vou perguntar, formalmente por cartinha registada, às seguintes pessoas, a saber: Presidente da República, Deputados do PS e também dos outros partidos todos, que não questionaram este ponto no RJIES e, claro, ao MCTES.
Ao CCISP não vou perguntar, porque eu sei perfeitamente, porque é que não questionou este ponto do RJIES, e não é porque por lá se entende o que é investigação orientada no politécnico, mas depois demonstro-lhes as razões - através de um trabalhinho toupeira, que ando a engendrar, mas que está a ficar quase missão impossível de tanto tempo que ocupa; mas isto é uma outra estória...

2 comentários:

Alexandre Sousa disse...

Acabei de resolver um problema, hoje, já passava da 1.ª hora do dia – eu bicho do buraco, que às 22 horas, em princípio, já durmo como um justo – berbicacho este que durava desde o dia 22 em constante partir pedra. Está resolvido e o meu antigo aluno que o havia colocado já tem a informação, report, plano, etc. etc.etc.
Esta coisa, que parece assim tão simples, aprende-se nas escolas, públicas e privadas, se possível nas «boas escolas». Os Dinamarqueses, Portugueses, Bascos e Irlandeses, todos foram clientes de Michael Porter e desgraçadamente, os únicos que não aprenderam a lição (goste-se ou não se goste das lições, elas tiveram o seu tempo e o seu espaço) foram os habitantes deste imenso Portugal.
Mais ou menos nessa época, para o melhor e para o pior, fui convidado pelo Eusko Jaurlaritza para participar como técnico na elaboração dos sucessivos planos de inovação (http://www.industria.ejgv.euskadi.net/r44-886/es/contenidos/enlaces/libro_blanco_innovacion/es_8706/adjuntos/INDICE.pdf) desta região autónoma da Ibéria. Não é para falar de mim que escrevo este comentário, mas não abdico de dizer alto que sei do que estou a falar…
Estes nossos governantes, os de agora e os de ontem, esquecem-se que o caminho se faz caminhando. Os Bascos possuem menos habitantes que a nossa região Norte (quase menos 1 milhão de pessoas); quando começaram a caminhada – ao mesmo tempo que nós – partiram com os mesmos indicadores económicos (1996/7) e hoje, 10 anos volvidos, o PIB per capita do Euskadi já é superior ao PIB da França per capita.
Não há segredos. Os Irlandeses têm um milagre que saiu dos neurónios. Não foi preciso ir visitar a Finlândia nem distribuir OLPCs aos estudantes do 9.º ano. Foi preciso dizer para onde querem ir, quando querem ir, como vão, com quem vão e quanto custa.
Só que eles sabem que há sempre um compromisso sério: - Não há tempo para tretas! Foi afinal isso que metaforicamente quis dizer quando falei de mim, que afinal sozinho pouco valho.
Força Regina!

Regina Nabais disse...

Resumindo, «a raiz desta erva pata» é isso mesmo que diz, Alexandre.
O meu maior problema é só este: não acredito que o pessoal ligado ao MCTES e ao Ministério da Economia não saibam as regras elementares de planeamento, alguns deles são ex -alunos do IST e lá - como, aliás, em muitas escolas nacionais, (e também garanto que em algumas do politécnico) - as questões fulcrais de projecto e de planeamento não se aprendem em cursinhos expeditos extra - curriculares de "empreendedorismo" - são ferramentas regulamentares de origem. Por isso, eles sabem muitíssimo bem como se fazem as coisas, mas estão a "tirar a onda de louco ou a dos principiantes desentendidos", porque partem do principio idiota que só eles (que são os geniais) é que conseguíram aprender essas coisas tão difíceis (perdão,tão triviais e de «lana caprina»), os outros todos sim, é que são «aqueles totós de doer» e, se calhar, até somos... E isto é o que me preocupa demais...
Obrigada pela força que vai sempre dando aos meus «causus».
MUITOS PARABÉNS pela resolução do seu berbicacho, ganhou uns anitos de vida.