No post "Empregabilidade, Raster Graphics e resolução de imagem" de sábado, 4 de Agosto, deste mesmo blog, referi que não resistiria a comentar alguns aspectos controversos do artigo "As famílias devem saber o que vale um curso para a empregabilidade"- publicado no "Blog" de Campus, Jornal de Negócios.
.
Do muito que ainda fica por dizer a esse propósito - admitindo que a transcrição da entrevista não é, exclusivamente, o resultado de mais uma retroversão livre da comunicação social (LUSA e/ RTP2) sobre afirmações de outrem - considero, muito preocupante se não for sobejamente esclarecida, melhor seria, mesmo desmentida, a seguinte passagem da "entrevista" do Senhor Ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior:
Pergunta: De que modo se vai processar a possível criação de fundações por parte das faculdades, independentemente da sua ligação às universidades a que pertencem?
Suposta resposta: "Se uma faculdade se quer autonomizar e entende que se deve autonomizar, a lei obriga a que a universidade se pronuncie sobre as razões que entende que a levam a melhor cumprir a sua função deste modo. Aquilo que propus era que era útil, quando houvesse iniciativas dessas que fossem boas, que se criassem consórcios que, por um lado, não prejudicassem a autonomização da instituição, mas que, por outro lado, essa instituição puxasse pelas outras. Que se criassem livremente consórcios com outras instituições, não apenas com a casa mãe, mas com novas instituições. Isso é particularmente importante nas universidades mais dinâmicas, que hoje têm instituições, sobretudo de investigação científica, que são privadas." [acentuação minha]. "São investigações privadas sem fins lucrativas, que foram criadas pelos investigadores, sem as quais não haveria investigação em Portugal em muitas áreas científicas."
As minhas reticências - Que raio de conversa de cenoura e abobrinha veio a ser esta? Como é possível admitir-se sequer a existência de um tal tipo de dinamismo, sem se acrescentar uma descrição exaustiva do contexto da afirmação?
Só posso estar mesmo muito confusa mas, para mim, no que diz respeito às mobilidades possíveis entre meios/recursos públicos e privados, reparto-as apenas em quatro classes:
Utilização de meios/recursos privados em benefício de meios/recursos públicos - Filantropia;
Utilização de meios/recursos privados em benefício de meios/recursos privados - Caridade;
Utilização de meios/recursos públicos em benefício de meios/recursos públicos - Governação;
Utilização de meios/recursos públicos em benefício de recursos privados - Corrupção.
Escapar-me-á a existência de outras classes/categorias de mobilidade financeira?
Caso não se vislumbrem outras categorias, o que serão, em que categoria se insere e qual é o sentido de investigações (será lapso?) privadas sem fins lucrativos?
_______________________
PS - Para que conste, sou totalmente a favor da actividade privada ou pública, mas sou visceralmente contra todas e quaisquer medidas ou legislações que propiciem comportamentos em cima do muro, inclusivamente, sou contra "golden shares", tão do nosso gosto.
.
Do muito que ainda fica por dizer a esse propósito - admitindo que a transcrição da entrevista não é, exclusivamente, o resultado de mais uma retroversão livre da comunicação social (LUSA e/ RTP2) sobre afirmações de outrem - considero, muito preocupante se não for sobejamente esclarecida, melhor seria, mesmo desmentida, a seguinte passagem da "entrevista" do Senhor Ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior:
Pergunta: De que modo se vai processar a possível criação de fundações por parte das faculdades, independentemente da sua ligação às universidades a que pertencem?
Suposta resposta: "Se uma faculdade se quer autonomizar e entende que se deve autonomizar, a lei obriga a que a universidade se pronuncie sobre as razões que entende que a levam a melhor cumprir a sua função deste modo. Aquilo que propus era que era útil, quando houvesse iniciativas dessas que fossem boas, que se criassem consórcios que, por um lado, não prejudicassem a autonomização da instituição, mas que, por outro lado, essa instituição puxasse pelas outras. Que se criassem livremente consórcios com outras instituições, não apenas com a casa mãe, mas com novas instituições. Isso é particularmente importante nas universidades mais dinâmicas, que hoje têm instituições, sobretudo de investigação científica, que são privadas." [acentuação minha]. "São investigações privadas sem fins lucrativas, que foram criadas pelos investigadores, sem as quais não haveria investigação em Portugal em muitas áreas científicas."
As minhas reticências - Que raio de conversa de cenoura e abobrinha veio a ser esta? Como é possível admitir-se sequer a existência de um tal tipo de dinamismo, sem se acrescentar uma descrição exaustiva do contexto da afirmação?
Só posso estar mesmo muito confusa mas, para mim, no que diz respeito às mobilidades possíveis entre meios/recursos públicos e privados, reparto-as apenas em quatro classes:
Utilização de meios/recursos privados em benefício de meios/recursos públicos - Filantropia;
Utilização de meios/recursos privados em benefício de meios/recursos privados - Caridade;
Utilização de meios/recursos públicos em benefício de meios/recursos públicos - Governação;
Utilização de meios/recursos públicos em benefício de recursos privados - Corrupção.
Escapar-me-á a existência de outras classes/categorias de mobilidade financeira?
Caso não se vislumbrem outras categorias, o que serão, em que categoria se insere e qual é o sentido de investigações (será lapso?) privadas sem fins lucrativos?
_______________________
PS - Para que conste, sou totalmente a favor da actividade privada ou pública, mas sou visceralmente contra todas e quaisquer medidas ou legislações que propiciem comportamentos em cima do muro, inclusivamente, sou contra "golden shares", tão do nosso gosto.
Sem comentários:
Enviar um comentário