01 março, 2007

Há coisas que já não se usam


Coisas de mau gosto, que já não se usam. Deixar crescer a unha do dedo mindinho, muito menos para tirar cera dos ouvidos, usar peugas brancas com fato escuro, exigir jaquinzinhos fritos com molho de natas, falar na "minha esposa", dizer "o glorioso", também, já agora, andar sempre a dizer "prontos", viajar 300 Km para ir buscar ao compadre um azeite óptimo de 10º, andar sempre a falar em tomates, sem ser agricultor, ter no banco traseiro do carro a almofada bordada pela sogra, ir de fato de treino roxo com barras fosforescentes passear ao shopping, com a mulher com casaco de gola de pele artificial, etc., etc.

Também, no outro lado da escala pirosa, tratar os filhos por você, usar madeixas, vestir blazer com calças vermelhas, tratar por tio o amigo do pai, achar que Sand's é muito melhor do que champanhe bruto, dizer palavrões no "green" do golfe, ostentar com a camisa bem decotada um bruto cordão de ouro, e, claro, ler a Caras ou, pior ainda, suspirar por aparecer na Caras.

Mas também já não se usa um político com esta imagem, que a muitos deve lembrar o terrível professor primários dos velhos tempos e as suas reguadas (nanja eu, que felizmente tive por professor a jóia do Sr. Barbosa). Nem sabem como eu sou empático com o sofrimento de um bom número de excelentes amigos madeirenses.

1 comentário:

Anónimo disse...

A propósito da unha do mindinho: o seu uso no mundo foi iniciado em meados do século XIX e era uma ostentação de quem se deliciava com a dama branca - a maldita cocaína que pões o meu sangue cor-de-rosa!
Perderam-se as noções da origem e a unha passou a ser apenas pirosa. Valerá a pena dar a conhecer a quem a usa a sua origem?
Valerá a pena dizer ao AJJ que ele já não se usa?
AE