16 março, 2007

Religiosidade popular sentida por um incréu


Quem for agora a S. Miguel, na Quaresma, encontra isto, na volta da estrada, os ranchos de romeiros. Não creio que haja, em qualquer outra parte do pais, tão profunda manifestação de religiosidade popular, num misto complicado de orgulho de povoador e de humildade perante os mistérios da terra vulcânica. Tenho na minha página pessoal um texto sobre os romeiros, acompanhado por um da minha mãe, escrito na juventude dos seus 89 anos finais. Não por vaidade pessoal, mas por orgulho açoriano, de quem ainda o ano passado não resistiu a uma lágrima ao acompanhar brevemente um rancho de romeiros, peço a vossa leitura. É escrita de incréu, mas quem melhor do que um incréu sabe valorizar a dimensão religiosa do seu povo?

O Correio dos Açores, jornal importante de Ponta Delgada, deu-me este ano um grande prazer, publicando em quarta feira de cinzas, primeiro dia da Quaresma, este texto da minha mãe, com que ela certamente ganharia, como todos os anos, o prémio da Casa do Comércio do Porto (já quase que a proibiam de concorrer...).

Fotografia de António Câmara (Tabico)

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