Devo confessar que sempre tive alguma reserva a um alargamento brusco da União Europeia aos países anteriormente pertencentes ao bloco de influência soviética. Embora não seja um analista politico competente para um estudo sério da evolução desses países, há coisas perturbadoras. Já não falo da própria Rússia, do poder pessoal do presidente, da corrupção, das fortunas "milagrosas", mas creio que há também um pouco disto nos outros países.
Uma diferença notória é que, em alguns deles, a democratização teve raízes fundas em elites bem preparadas, que viveram ou herdaram o espírito das tentativas revolucionárias, Budapeste, Praga, Gdansk.
Ora é na Polónia, o único destes países que, ainda antes do colapso soviético conseguiu impor um vislumbre de democratização, que aparece agora o mais primário populismo, por mão dos gémeos Kaczynski e, mais directamente, do seu ministro da Educação. Há tempos, foi a tentativa para introduzir o criacionismo nos programas escolares. Agora é outra ideia tenebrosa, a da expulsão do ensino de professores que assumam a sua homossexualidade (note-se que, à boa maneira hipócrita de gente deste tipo, o problema é assumir).
Que direito terá a Europa, com coisas destas, para criticar outros fundamentalismos religiosos? Lembremos também que, há uns anos, a Áustria sofreu grandes pressões por haver ministros de extrema direita no seu governo. A Polónia também está a ser pressionada ou estes novos membros são coqueluches intocáveis?
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1 comentário:
Quem o lê parece que os gémeos chegaram ao poder por geração espontânea...
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