Não me sinto confortável ao discutir a polémica sobre o título académico de Sócrates. Em princípio, não é apenas matéria da sua vida privada. Se há suspeitas de irregularidades na descrição curricular de um politico, para mais dirigente de um partido, para muito mais primeiro ministro, é evidente que isto é assunto público e de grande gravidade.
Assim, não posso criticar o Público pelo destaque que deu ao seu trabalho de investigação jornalística. No entanto, faço dois reparos. A oportunidade parece-me muito infeliz, tão em cima do conflito entre o proprietário do público e o governo, acerca da OPA sobre a PT. Não estou a fazer processos de intenções, apenas a lembrar de que à mulher de César não basta ser séria. O segundo reparo, bem mais importante, é que a "investigação" me parece não ter adiantado nada. É um trabalho atabalhoado, com "conclusões" confusas. O jornal não devia ter publicado nada antes de maior aprofundamento do trabalho. Tudo o que aparece são algumas dúvidas processuais e formais (questões de carimbos, de papel timbrado, pouco mais) que nem de longe permitem interrogarmo-nos sobre se Sócrates é ou não licenciado.
No entanto, talvez politicamente mais significativo seja outro aspecto: porque quis Sócrates licenciar-se? Claro que é assunto seu, que pode ter tido as razões habituais, nomeadamente a de se valorizar culturalmente. Uma parece que não, talvez a mais comum de todas: a de exercer a profissão de engenheiro. Não se tratará aqui fundamentalmente de uma simples questão de título? Mal vai um sistema politico em que isto conte, mas sabemos que, entre nós, conta. Temos uma honrosa excepção, um politico que um alto cargo e que não procura esconder que não é licenciado (aliás, seria estupidez), Carlos César.
P. S. (15.159 )- acabo de ler qeu a UnI vai fzer um inquérito a tudo isto. Estranho! Com todo o trabalho que vão ter a rsponder à PJ, à PGR, ao MCTES, vão ter tempo e pesoal disponível para esse tal inquérito?
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1 comentário:
Pois esta coisa da licenciatura do Primeiro é chata! Pronto tá tudo visto! Mas e ... os outro? Aqueles muitos que ña função pública apareceram com o canudo de um dia para o outro?? (Canudos Independentes e não só!)
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