Em artigo de opinião no último Expresso, "Quem enganou quem?", Gentil Martins vem acusar, com abundantes "provas" estatísticas, os que negam ou, pelo menos, não têm dados cientificamente convincentes a favor de um aumento do número de abortos após as aprovações de leis como agora a nossa. Isto raia ou o delírio ou a desonestidade intelectual. Como comparar um antes e um depois completamente diferentes?
Vamos a um exemplo muito simples. Quantos viciados em heroína há em Portugal? Alguém sabe? Uma coisa sabe-se, o número dos que estão presos por consequências alterais ou dos que, infelizmente muito poucos, recorrem à reabilitação. Número total, x. Imagine-se agora que se aprova a lei das "salas de chuto". Quantos y seriam então recenseados? Quantas vezes y seria maior do que x?
Não é difícil ser-se minimamente inteligente e os leitores dos jornais estão, em geral, acima desse mínimo. Por minimamente, entendo, utilmente e a pensar nos leitores, o nível que faça pensar a tais gentis senhores que não lucram nada em tentar enganar os outros.
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2 comentários:
Por altura do referendo cruzei-me com este texto.
"Does the liberalization of abortion laws increase the number of abortions? The case study of Spain"
http://eurpub.oxfordjournals.org/cgi/content/abstract/11/2/190
Esperemos que o mínimo exigível supere o "máximo elegível". Ou seja, a imagem e o nome pesam cada vez mais nas opiniões propaladas e aceites. Infelizmente!
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