03 março, 2007

E não se ficam... (II)

Logo a seguir ao referendo, escrevi aqui:
"A intolerância, com alguma dose de fanatismo, acompanha-se muitas vezes da incapacidade de reconhecer uma derrota. Em linguagem futebolística, tentam sempre ganhar na secretaria o que perderam no campo. Enganavam-se os que pensaram que os movimentos do "não" iriam ficar tranquilamente resignados, democraticamente, com a sua derrota. Já começou a guerra do aconselhamento."
Agora, o gato com o rabo de fora até deixou de estar escondido, conforme notícia do Público, de 2.3.2007:
"O grupo parlamentar do PSD mandatou ontem o seu presidente e este não perdeu tempo: Marques Guedes apresenta já hoje as propostas de alteração ao projecto de lei do aborto. subscritas pela "generalidade dos deputados" sociais-democratas. Com uma preocupação essencial: garantir que o aconselhamento das mulheres que pretendem abortar seja obrigatório e dissuasor."
É espantoso. Dissuasor?! Ganhou o sim a uma pergunta que incluía a expressão "por opção da mulher". Afinal, isto queria dizer "por opção irredutível e lamentável de uma mulher teimosa, sem respeito pela vida, que, mesmo depois de dissuadida num aconselhamento isento, continuou na sua".

Sem comentários: