19 março, 2007

O drama e a farsa

Li no Público uma pequena nota, que transcrevo, com a devida vénia.
Guiné-Bissau: Traficantes bem instalados
Os traficantes de cocaína estabeleceram uma base de operações na Guiné-Bissau, onde colombianos criaram empresas fictícias, se deslocam em carros luxuosos e compram a protecção de pessoas bem instaladas, escreveu o Los Angeles Times. "Todas as instituições guineenses se desmoronaram. Não há controlo de fronteiras nem laboratórios da polícia", alegou Koli Kouame, da Costa do Marfim, secretário da agência da ONU para o controlo de narcóticos. Em Setembro um elemento da polícia que interceptou dois colombianos a descarregar cocaína teria sido eliminado.
Estas coisas doem à gente da minha geração, que lutou na juventude sempre de braço dado com os companheiros da luta anticolonial, que venerou os heróis dessa luta, com destaque para Amílcar Cabral. Também dói ler hoje um romance, aliás excelente, como o "Predadores", de Pepetela. Também dói assistir ao que se passa em Timor Leste, embora Timor não faça parte da minha memória de luta dos anos 60.

Marx disse que, quando a história se repete, primeiro é como drama, depois como farsa. Estou inclinado a pensar que não é preciso repetição, que o drama se transforma inevitavelmente em farsa, na simples continuação.

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