Uma nota anterior, sobre um erro do Público, pode parecer menor, mas deve fazer pensar. O cidadão comum vive hoje numa atmosfera cultural de "sound bites" (a propósito, não escrevam "sound bytes", que é coisa sem sentido). Ainda há dias, conversando com uma pessoa que devia estar bem informada, verifiquei que, sendo funcionária pública, tudo o que sabia sobre a política do governo nessa esfera eram títulos de jornais e mal digeridos.
Vou escrever um truismo: a comunicação social tem hoje uma importância fulcral na ajuda aos cidadãos para o exercício informado da sua cidadania. Considerando a educação, no seu sentido mais amplo, tenho a maior estima, em geral, pelo papel directo dos professores e indirecto dos jornalistas. Simplesmente, como em tudo, há bons e maus. A questão é que um mau merceeiro afecta a população do bairro, um mau jornalista é pernicioso para muitos milhares de pessoas, fora o efeito multiplicador.
Também valia a pena um pouco mais de humildade. Fora a coluna do provedor, é muito raro os leitores teerm acesso a cartas ao jornal criticando aspectos formais mas importantes, designadamente os atropelos à língua mãe, mais ainda erros factuais desinformativos e muitas vezes graves. Os jornais costumam publicar sondagens sobre os mais diversos assuntos. Não me lembro de alguma vez ter sido posta a questão "que confiança merece a comunicação social portuguesa?".
Concluindo, a velha pergunta. A comunicação social é um guarda da democracia e da vida cívica; mas quem guarda o guarda?
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1 comentário:
"Concluindo, a velha pergunta. A comunicação social é um guarda da democracia e da vida cívica; mas quem guarda o guarda?" Bem sei que é uma pergunta retórica mas apetece-me responder: os Leitores.
E temos os leitores que somos, portanto... paciência.
:)
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