Infelizmente, já estou habituado a erros de português, sintácticos e ortográficos, em que alguns jornalistas do Público são useiros e vezeiros. Pior são os erros substanciais, causadores de desinformação. Na edição de hoje, 14.10.2006, a jornalista Dulce Furtado escreve, no título e no texto da notícia, que o Prémio Nobel da Paz acabou de ser atribuído pela Academia Sueca. Mais surpreendentemente, o mesmo erro é repetido no editorial de Nuno Pacheco.Fico é a pensar em quanto gato por lebre não estou a "consumir" como leitor do jornal, em matérias em que não tenho informação crítica. Ainda por cima, consta-me que o jornal está a despedir jornalistas. Os rigorosos ou os que aranjam boas "cachas"? A democracia faz-se muito por "checks and balances", por controlos mútuos de poderes. Mas quem controla o quarto poder? E as promiscuidades, que para os poderes formais são objecto, ao menos, de imcompatibilidades? A liberdade de imprensa é vital em democracia, mas é necesário que não tenha costas demasiadamente largas e não apoiadas em coluna vertebral de grande deontologia profissional.
Qualquer pessoa bem informada sabe que o Prémio Nobel da Paz é excepção, por não ser atribuído por nenhuma instituição sueca (e nem esses outros são atribuídos todos pela Academia) mas sim pelo parlamento norueguês. Aliás, como sabe qualquer tele-espectador atento ou que se lembre dos dois premiados timorenses, o prémio é entregue em Oslo, em cerimónia distinta da de Estocolmo. Isto deve-se a que, à data do testamento e morte de Nobel, a Noruega integrava o reino sueco.
Por respeito para com o meu jornal de referência e de leitura diária obrigatória, espero ver isto esclarecido na secção "O Público errou".
Fala também o professor. Se eu fornecer aos meus alunos uma informação incorrecta (acontece a todos, a mim já), não durmo até me penitenciar e corrigi-la com a maior ênfase possível. Será que esta jornalista e o editorialista vão perder hoje um minuto de sono?
5 comentários:
O erro parece ser pestífero. A SIC também o cometeu. Os dilemas que enfatizou agudizam-se quando estamos conscientes de que a debilidade dos crivos é ainda maior.
Recebi uma mensagem muito amável do provedor, dando-me razão. Do director, até agora nada, nem a publicação da carta nem uma nota em "O Público errou".
Não tive oportunidade de ler o Público de ontem, pelo que tinha o propósito de abordá-lo para saber se o alerta, e correspondente correcção, haviam sido publicados. Lamentavelmente, não. Erro no editorial, erro na manchete da segunda página. Entretanto, milhares de leitores continuam iludidos...
A correcção foi publicada hoje. Todavia, julgo que a magnitude do erro deveria redundar na inclusão do seu texto no espaço dedicado às "Cartas ao Director". O Público, com vergonha mal camuflada, penitenciou-se, mas ficou aquém.
Caro João Costa
fossem esses os "erros" maiores do Público. O problema é que os outros pouca gente nota e até lhes chamam jornais de referência.
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