Não há hoje artigo de opinião que não traga no fim alguma identificação profissional do seu autor. Acho muito bem, quando esta informação é relevante. Por exemplo, no meu caso. Para milhares de pessoas que lerem um artigo meu sobre um tema de educação superior, é importante a minha identificação como professor universitário. Muito mais se eu estiver a opinar sobre assunto totalmente fora da minha esfera de especialização.
Já me parece coisa mais artificiosa a identificação dos opinadores regulares. O que é que me adianta que o Público, por exemplo, inscreva sempre a etiqueta de advogado a José Miguel Júdice, de historiador a Pacheco Pereira ou de professor universitário a Vital Moreira? São mais do que conhecidos e, ainda por cima, muitas vezes não escrevem na dependência estrita dessa sua situação profissional, comentam é a política ou a sociedade.
Pior é quando este tipo de identificação me parece descabida, quando não tem nada a ver com o motivo e tema constante da sua escrita. Um dos cronistas habituais do Público é António Vilarigues. É um nome respeitável, só lhe fica bem manter viva a herança coerente e corajosa da vida dos seus pais (presumindo que é filho de Sérgio Vilarigues e de Alda Nogueira). É o maior panegirista do PCP hoje com acesso à imprensa, todos os seus artigos, no seu legítimo direito, são a defesa apaixonada do seu partido. Nunca li dele outra coisa. Assim, se o jornal ou ele próprio inserirem a identificação “membro do PCP”, nada tenho contra, é absolutamente transparente. A questão é que ele aparece sempre é como “especialista em sistemas de comunicação e informação”. A meu ver, não é coisa honesta.
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3 comentários:
É mais do que honesta! :)
Boa! Há sempre outra perspectiva de ver as coisas... Eu é que não tinha pensado nela. Informação e comunicação, claro, está-se mesmo a ver :-)
É a minha profissão, a que paga as minhas contas.. Também podia por «gestor de projectos informáticos», ou «consultor de TIC». Alguma objecção?... Ou quere-me sanear do mundo das TIC?...
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