Hoje, foi um dia prodigioso em notícias interessantes, sobre questões relacionadas com as distorções político-financeiras do ensino superior português.
Ensino? Talvez…Há quem lhe chame isso ou, pelo menos, que é necessário para isso!
Mas como (não) nos dizem as filosofias do estafado Processo de Bolonha – Nós, os cidadãos comuns, é que nem, com After Long Life Eternety Learning, conseguimos aprender... nem sequer a termos vergonha.
E nós cidadãos comuns, como é que nos podemos dar ao respeito quando assobiamos para o lado, na expectativa ingénua de um dia transitarmos para o lado dos “beneficiados”.
Neste “post” vou falar numa notícia que hoje li, e que considero impressionante:
Trata-se de um artigo de Germano Oliveira, intitulado "Ensino Superior Factura 92 milhões em bens e serviços", no Jornal de Negócios, que nos dá conta com um bocadinho mais de pormenor, do que já todos desconfiávamos - o forrobodó das finanças públicas, em que se está a converter um negócio inacreditável de instituições públicas de ensino superior, que não é o da educação.
Não tarda nada, ainda ouviremos dizer, algumas instituições de ensino superior público - sob a protecção do RJIES que, como sabem, já aprovámos, contra a minha vontade - dizerem-nos: Isto, sem alunos, é que era...uma ma-ra-vi-lha.
Por exemplo, se bem que seja uma micharia, porque não chega nem para o petróleo (menos que 12,6% do total atribuído pelo Orçamento de Estado, às Universidades) - mas, 83 milhões de Euros (dos quais 16,5 milhões de Euros pertencem ao IST), são provenientes de instalações e equipamentos, adquiridos com dinheiros públicos, tais como: aluguer de espaços e equipamentos, serviços de laboratórios e a elaboração de estudos.
Diz-nos ainda o jornalista que, incluídos nesses "estudos" se encontram trabalhos mediáticos (ex. aeroporto de Lisboa, PRACE, a Revisão das Finanças Locais, nos quais até se inclui publicidade e fama fácil) que as universidades "ganham" ao sector privado (aspas minhas).
Ganham???? Ganham coisíssima nenhuma! A palavra "ganham", nesta frase, é uma simples força de expressão, porque para não o ser, seria preciso que as universidades concorressem com seriedade, em pé de igualdade com todas as outras entidades potencialmente interessadas, em especial com as empresas privadas, e lhes ganhassem, e não como, efectivamente, as ganham, de lambugem, quando os decisores políticos lhes atiram com trabalhos dessa natureza para o colo e para as pranchetas.
Nas Universidades as propinas pesam menos de 1,9% das "receitas próprias".
Enquanto as vendas de serviços sobem para 12,9%.
Diz-nos ainda o autor que, no fundo, 2008, tornou os politécnicos mais dependentes da procura de alunos. Pois… Elementar meu caro jornalista.
No subsistema politécnico aceita-se que seja assim: You are a slave. Period!
O que eu digo é que: desvio de recursos públicos – qualquer que seja a natureza do desvio - para interesses não devidamente disciplinados por regulamentação transparente e, de preferência, equitativa, para mim, é corrupção!
Caldeiradas financeiras, … nem com molho de tomate. E o Tribunal de Contas sem poder fazer nada?
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