Final do primeiro semestre. Na última semana de aulas, numa disciplina com mais de 200 alunos (!!!), que asseguro juntamente com outra colega, os estudantes entregam os seus trabalhos de grupo. São maioritariamente do 1º ano. Esta componente de avaliação é responsável por 50% da classificação final não podendo ser inferior a 7,5 valores. Os alunos foram várias vezes avisados que qualquer situação de plágio implicaria automaticamente a atribuição de 0 valores e a consequente reprovação na disciplina, só podendo apresentar-se ao exame de recurso mediante a entrega de um novo trabalho.
Dos 22 trabalhos entregues 6 continham partes plagiadas Um deles é constituído por um plágio da primeira à última página. Os plágios são muito canhestros. Na maioria dos casos a fonte plagiada é citada na bibliografia, o que revela reduzida sofisticação.
Sou contactado por um aluno que foi informado de que não poderia apresentar-se a exame na época normal. Sente-se injustiçado porque a origem do plágio não partiu dele. Exige consultar o trabalho para confrontar o elemento do grupo responsável pelo plágio. Não entende a razão pela qual a responsabilidade é do grupo e não pode ser individualizada. É-lhe dito que o trabalho de grupo implica todos os membros que o constituem e que numa disciplina com mais de duas centenas de alunos a atribuição de responsabilidades individuais é uma tarefa impossível.
Nas várias mensagens que me enviou é perturbador ler o seguinte:
"(…) desconheço o critério de identificação de plágio. Parece-me que existe um para cada disciplina. Pelo menos é o que eu tenho verificado. Não quero acusar ninguém nem citar nomes, mas já vi trabalhos totalmente baseados em "copy" e "paste" [retirados] da Internet serem bem recebidos por professores. Deveria haver um único critério e este [deveria] ser aplicado a todos de igual forma. Acredito que se isso acontecesse, haveria sérios problemas não só na nossa faculdade, mas no universo académico em geral, devido às proporções que o cancelamento de trabalhos assumiria."
23 janeiro, 2008
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1 comentário:
Há gente com muita "lata"...
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