Um meu parente por afinidade trabalhou durante a vida inteira, para uma multinacional, na qual o salário de cada ano, era substancialmente afectado pelo cumprimento do traçado de um plano estratégico, com identificação muito precisa de metas, e objectivos bem definidos, que ele, via de regra, cumpria com empenho e capricho, enquanto pessoa e como líder da sua equipa.
Num determinado ano, esse meu parente superou várias vezes os objectivos que havia traçado e, por isso, aguardava com grande expectativa pessoal a sua recompensa financeira e, no entanto, não foi agraciado pelo chorudo prémio monetário que parecia garantido.
Ele ficou em choque e, para vos falar a verdade, na ocasião, também pensei que ele tinha sido muito injustiçado, mas quando lhe perguntei a causa do sucedido, a sua resposta foi:
A razão foi que, através dos meus objectivos iniciais, tão largamente ultrapassados, só revelei "ausência de ambição".... Claro que, escusado será dizer, que a precisão do cumprimento de todos os seus projectos profissionais posteriores se tornou milimétrica, e .... porque não dizer? Valeu-lhe bastante a pena!
Desde aí, sempre que ocorre um "gap" entre os objectivos e as realizações em qualquer estratégia, me vem à memória a expressão, dolorosamente, desapontada desse meu familiar, e a minha constatação de que havia fundamento para a decisão penalizadora do CEO da empresa aonde ele prestou, "abnegadamente", e por tantos anos, os seus brilhantes serviços.
Esclareço que, desde aí, também passei a pensar "cobras e lagartos" sempre que alguém se distancia, exageradamente, entre os objectivos e as realizações, e considero imperdoáveis falhas desse teor, sobretudo, quando subscritas por aqueles políticos, que são...., como dizer?.... "políticos"?.
Contei-vos este episódio pessoal porque, anteontem, fomos oficialmente informados sobre a cerimónia de fundação do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), que teve honras de estado, e até o direito a uma citação de Feynman.
Tal como a maioria, se não, a totalidade dos nacional-residentes, ficaría extasiada se o evento não revelasse uma lamentável deficiência de ambição política.
Pergunto eu, que sou das raríssimas pessoas portuguesas leigas nessa matéria:
"Porque carga de água é que haveríamos de de ter fundado um INL (Instituto Internacional Ibérico de Nanotecnologia) se temos ao nosso dispor uma gama infinita de escolha nas escalas de tamanho que, passando pela possibilidade real de ser ter fundado uma instituição dedicada à Peta-tecnologia, pode variar do ZERO ao Googol? (ver Tabela)
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Termino, a condizer e persistindo neste tema sobre tamanhos de partículas, com uma citação de Paul Dirac - só me interessa o que pensa Deus, tudo o mais são detalhes.
20 janeiro, 2008
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