30 abril, 2007

A minha missa dominical

Apesar de não crente – ou talvez por isso – sou leitor habitual da crónica de domingo de Frei Bento Domingues, no Público. Extraio da de ontem, "As ossadas de Cristo", um trecho que me parece notável:
"Sempre me aborreceu a ideia de ir a Jerusalém por causa dos lugares santos. Onde houver gente necessitada, gente que precise de presença, de cuidados, há um lugar maldito que é preciso santificar. No simbólico tribunal da História (Mt 25), ninguém é julgado por não ter visitado a chamada Terra Santa. Mas encontra-se ou desencontra-se com os lugares santos se socorre ou não os doentes, os presos, os nus, os famintos, os abandonados. A "Terra Santa" da Igreja devem ser os bairros mais abandonados das grandes cidades e, sobretudo, o vasto mundo dos pobres, dos quase mil milhões que vegetam com menos de 73 cêntimos por dia."

3 comentários:

Miguel Pinto disse...

Nem de propósito, mas foi em jeito de provocação [que estou certo, não levará a mal] que lhe fiz, lá no meu cantinho, esta referência: O JVC bem que podia ser "O Papa da blogosfera". O seu espaço continua a ser um dos meus thinking blogs.

Unknown disse...

Acha pelo que li que não existem milhoes em Portugal que nem os 75 cêntimos tem para a alimentação!...Sabe meu amigo, quantas vezes as telhas de um telhado encobrem miséria que nem lhe passa pela cabeça, acho piada a estes ditos e escritos, de uma maneira geral escritos por pessoas que não sabem o que é passar mal e privações...Lamento que existam pessoas que usam os lugares sagrados para tirar dividendos, mas isso acontece em todos os cantos do mundo.
Quem nunca errou use atirar a primeira pedra.
Para mim que nunca tive possibilidades de ir a um local desses, não uso a crítica, porque estou farta de Fariseus

JVC disse...

adryka, parece-me haver aqui um grande equívoco. deve estar a falar de mim, não de FBD, mas engana-se. A minha nota não tem nada de crítico nem de jocoso. Pelo contrário, sendo escrita por um não crente, é uma grande homenagem a um cristão eminente de quem me sinto muito fraterno, como sou irmão de todos os que vivem com menos de 75 cêntimos. O meu lema será sempre Humani nihil a me alienum puto. Creio que FBD também o adopta.

Mas talvez o problema seja eu não ter conseguido compreender o seu comentário. Pode-se explicar melhor?