18 abril, 2007

O caso Sócrates (IX)

Nervosismo a mais cheira mal

Creiam que eu bem desejava não gastar mais cera com este ruim defunto, o caso Sócrates. Mas, às vezes, é demais. Não quero acreditar. Acabo de ouvir, na TSF, que o a Inspecção Geral do Ensino Superior (IGES) exigiu ontem à UnI a entrega imediata de todo o dossiê do ex-aluno José Sócrates. Não o tendo conseguido, voltou lá hoje, em pessoas, insistindo na exigência.

Continuou a não o ter, com uma justificação linear da UnI. A UnI pediu para o dossiê ser incluído no processo de inspecção que resultou na decisão de encerramento, mas a IGES recusou (é difícil perceber porquê?). Agora já quer e é a UnI que diz que não.

A que propósito é que, concluída a inspecção, a IGES pretende agora este elemento? Já me fazia alguma impressão a intervenção constante do gabinete do primeiro ministro. Agora, é um organismo do Estado que intervém num processo que não é de interesse público estrito, que envolve a actuação de um cidadão muito antes de ser primeiro ministro, um organismo que certamente nunca se preocuparia com a validade do diploma do Sr. José da Esquina. Só falta, até às próximas 18 horas, entrar pela UnI uma brigada policial com mandato de apreensão.

Estou a notar muito nervosismo. Além do mais, é um erro, porque, em política, nervosismo é coisa que cheira mal que tresanda. Estava há meia hora a preparar os meus próximos textos, que escrevo sempre com a antecedência requerida pela necessidade de reflexão. Palpita-me que, depois da conferência de imprensa de daqui a quase duas horas, esse programa de escrita vai ser alterado.

1 comentário:

Anónimo disse...

Porque será que o senhor Doutor (legítimo) abandonou a sua discreta elegância e adoptou o estilo de jornalista "cão de fila" (tão bem caracterizado pelo "O Jumento")? Já vai no post XI...Que pertinácia senhor Doutor! E a alinhar com a vendicta de Belmiro e a rafeirada dos seus assalariados?! Na verdade fazia-o mais discreto. (Amo a Terceira mas não sou terceirense)