16 abril, 2007

O caso Sócrates (VI)

Como escrevi ontem, o Público, no caso Sócrates, teve entrada de leão e saída de sendeiro. Até agora, foi questão de incompetência e leviandade. Agora, é de dignidade. Veja-se o jornal de ontem, 16.4.2007. É muito importante, porque é o número que pode responder à notícia surrealista do Expresso sobre a aparição fatimiana de um reitor e ao caso do certificado de 1996 em papel timbrado de 2000.

E o que vemos? Apenas um quarto de página, na página 6, sem chamada de primeira página, e com umas simples referências factuais, sem nenhuma investigação. Roda-pé do certificado, umas linhas. Reitor mistério, mais umas linhas. Mais interessante é o editorial. Afinal, os maus da festa foram os políticos que se aproveitaram do caso. O Público só quis esclarecer algumas dúvidas, a oposição é que fez assassinato de carácter. Espantoso!

Isto é mesmo travão às quatro rodas. Mas quem é que acelerou e agora está a travar? Temos o direito de saber. Interesses privados, que agora talvez tenham interesse "fazer as pazes" com o governo? Interesses políticos que percebem que isto lhes pode ser mortal, em ricochete, dois meses antes da presidência da UE? Uma coisa é certa, à Eça, tudo isto é uma choldra!

Seja quem for, é bom que se lembre que quem semeia ventos colhe tempestades. Este caso já foi demasiadamente longe para agora os serventuários da imprensa o tentarem abafar, em tempos de blogosfera.

P. S. (12:52):

1. Só agora li o Público de hoje. Confirma-se oque escrevi acima. Nem uma palavra sobbre o caso Sócrates, a não serr na crónica dde heelna matos. Pelos vistos, o Público decretou o fim do caso. "Case closed".

2. Devo uma explicação aos leitores. Apaguei uma entrada de ontem porque nela expunha o que me parecem ser as perguntas em aberto verdadeiramente importantes e que não permitem a Sócrates invocar apenas a bandalheira da UnI. No entanto, não sou polícia nem jornalista, não é em nenhuma destas qualidades que escrevo neste blogue. Vou enviar o texto apenas a um grupo de amigos e ao director do Público. Obrigado ao comentador "rabo torto", que me fez pensar (já agora, um pormenor saboroso. É açoriano e terceirense, não só pelo pseudónimo, mas por dizer que me achava "mais discreto", coisa que deve fazer confusão, neste contexto. Discreto, nas minhas ilhas, é inteligente, atinado, ajuizado, perspicaz).

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