09 julho, 2008

O tempo dos cães?

O Público de ontem traz uma carta de um leitor narrando um caso que poderia dar para rir se não desse mais para chorar. Enquanto a educação básica dos portugueses os tornar burocratas, sem iniciativa e capacidade crítica de adaptação, respeitadores cegos das regras para os outros (mas espertalhaços para fugir a elas), não se vai a parte nenhuma.

“Intercidades Lisboa-Guarda. Domingo, 6 de Julho de 2008, cerca das 9h20. Um jovem familiar, em Santarém, acompanhara uma senhora ao lugar e saíra. De aspecto rural e de óbvias parcas posses, a senhora evidenciava a idade - 81 anos - e seguia para a Mealhada, pelo que teria que sair em Coimbra B.
O revisor, cumprindo os regulamentos, exigiu a apresentação de documento de identidade, perante um bilhete com a redução por idade. (A senhora tinha mais 16 anos que aquela que lhe dava direito à redução!)
Ao ver o lacrimejar silencioso da passageira, o revisor proferiu: "Não é preciso chorar", mas manteve a exigência.
Perante a frieza dos regulamentos e do revisor, eu próprio me ofereci para pagar a diferença de 50 por cento, o que fiz. Assistiram a tudo seis passageiros, que manifestaram também a sua indignação e igualmente se ofereceram para pagar uma despesa que claramente a senhora teria dificuldade em cumprir. Haverá necessidade duma aplicação tão rígida e desumana dos regulamentos em semelhantes casos?
J. Sousa Dias
Ourém”

2 comentários:

Pedro Aniceto disse...

Há aqui algo que não entendo. Se a senhora tinha mais 16 anos do que a idade exigida, porque teria de pagar mais 50%?

Anónimo disse...

Não está explicito no texto mas parece-me que o que faltava não era a idade, era o BI. E sem BI não podia fazer prova da idade por muito que a aparentasse.