Pessoa amiga, que faz parte da Assembleia Estatutária da Universidade do Porto (UP), vai-me pondo a par do teor das discussões que o referido órgão tem tido a propósito dos novos estatutos da UP. Como se sabe a UP foi uma das três instituições do ensino superior que aceitou a possibilidade de passar ao regime fundacional. Algumas observações sobre este processo. Em primeiro lugar, os membros externos à UP, que foram cooptados pela Assembleia Estatutária, com uma única excepção, têm primado pela ausência. Aparentemente estes membros não querem perder tempo com minudências estatutárias e cansaram-se depressa dos trabalhos de redigir os estatutos. Mau prognóstico, portanto, para o funcionamento futuro do Conselho Geral.
Em segundo lugar, a Assembleia Estatutária teve uma reunião com o ministro Mariano Gago há alguns meses atrás para analisar a possibilidade do modelo fundacional. Aparentemente o senhor ministro ter-lhes-á comunicado que via a possibilidade de somente um número muito reduzido de universidades portuguesas passar ao regime fundacional. Defendeu, igualmente, que rejeitaria o regime fundacional da UP caso os institutos de investigação (IPATIMUP, IBMC, etc.), não integrassem formalmente a universidade. Estes laboratórios associados de grande prestígio, que foram construídos à margem da UP, temeram, compreensivelmente, a perda da sua autonomia e dos padrões de excelência que construíram.
Esta semana as exigências dos laboratórios foram apresentadas à Assembleia Estatutária: queriam deter o monopólio da formação pós-graduada nas suas áreas científicas, objectivo ilegal face ao RJIES e que configuraria um esvaziamento dos cursos de pós-graduação de várias faculdades da UP.
2 comentários:
Isto assim não vai lá...
Se acontecer o que prevê, julgo que isso é a machadada final na reforma da governação das universidades portuguesas.
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