Não sou membro de nenhuma assembleia estatutária (AE) de universidades e vicissitudes de saúde nos últimos tempos têm-me impedido de seguir o processo. Não fosse só isto, ainda mais fica prejudicada esta nota por não dispor de dados objectivos dignos de análise. Não gosto de falar baseado em impressões subjectivas, mas às vezes é importante, como provocação ou como alerta.
Um amigo meu é membro da assembleia estatutária da sua universidade e escreveu-me preocupado com o que se estava a passar. Começo por lembrar que a AE inclui cinco membros externos e 12 professores, eleitos por sistema proporcional, por listas, para além de estudantes. Este sistema proporcional está, ao que sei, a constituir um factor perturbador, porque em muitos casos as listas eram muito conotadas (por exemplo, pró-reitor ou anti-reitor) e esta oposição está a prolongar-se para os trabalhos estatutários, prejudicando-os.
Ao mesmo tempo, diz-me este amigo saber que cada vez mais os externos estão a abandonar as AE. Procurei confirmação, que, no essencial, é real. Não se trata tanto de abandonos formais, com demissão, mas de cada vez maior demissão de facto, por desinteresse, por invocação de falta de disponibilidade mas, segundo juízos que considero agudos, em boa parte para evitar compromissos com as guerrinhas entre os membros internos. Isto é muito mau prenúncio para o modelo de governação partilhada agora legislado e que eu claramente defendo.
No entanto, com preocupações. Todavia, não coincidentes com as dos que têm levantado objecções à participação dos externos, muito pelo contrário. Há meses, José Ferreira Gomes e eu fizemos uma ronda de conferências na Universidade dos Açores. Um alerta que ambos lançámos era premonitório: “Cuidado é com os internos!”
Nota - Nos EUA, nos “boards” e na participação de externos, têm grande peso os “alumni”, os antigos alunos, numa cultura em que se fica para toda a vida ligado à “alma mater”. Não sei se alguma universidade portuguesa teve isto significativamente em conta. Alguém me fornece dados informativos?
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1 comentário:
Bom dia;
A Universidade do Porto está nessa.
O Road Map ainda está a lápis, mas o movimento já começou.
Um abraço
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