Leitor desde o número um, tenho com o Público uma relação de amor-ódio. Com os meus vagares de semi-reformado, lei diariamente, online, o Guardian e o El Pais, frequentemente também o Times e o Le Monde. O Público é obrigatoriamente em papel. Muito podia criticar, mas hoje apetece-me dizer bem.
Ao domingo, não se pode perder a excelente página do provedor, Rui Araújo. Muito mais mensagens recebe ele, inclusivamente minhas, que não cabem no espaço apertado dessa página semanal. Posso testemunhar que todas as que recebe são respondidas privadamente com grande amabilidade e com o rigor das que lemos no jornal impresso.
A outra nota vai para um pequeno escrito mensal, infelizmente relegado para o Local: uma crónica escrita em mirandês, "Como quien bai de camino", por Amadeu Ferreira. Para além de sinal de valorização de uma muitas vezes esquecida diversidade linguística de Portugal (para quando uma crónica em barranquenho?), é uma leitura deliciosa. Aqui vai o primeiro parágrafo de hoje: "S'ampeçarmos a ber la stória dua lhéngua, de qualquiera lhéngua, çque eilha s'ampeçou a chocar i le acumpanharmos l crecer pula sue bida fuora, hemos de cuncluir que eilha stá siempre a recebir palabras doutras lhénguas i tamien a dar-le palabras a outras lhénguas. Assi bai demudando, ganhando nuobas quelores, agarrando nuobos caminos para cuntinar, hai giente que ben a tener cun eilha, hai giente que sal, siempre por arressaios an que mos perdemos. Mas quando nun cunseguimos mirar l tiempo puls beneiros que mos traírun até als dies d'hoije, cuidamos que las cousas siempre fúrun assi i damos cun nós a sacar cunclusiones al alrobés."
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