É o tema de uma crónica deste fim de semana no Fugas, o suplemento de lazeres do Público. Espero que tenha sucesso, porque é incrível como o Madeira (e também os verdelhos açorianos do Pico e dos Biscoitos) andem tão esquecidos. Coisa importante desse artigo é o alerta para que, em relação aos Madeira correntes, a classificação não corresponde às castas tradicionais dos vinhos monocasta: sercial, verdelho, bual, malvasia, para não falar dos raros terrantês, listrão (de Porto Santo) e bastardo.
O que me suscita esta nota é a demasiadamente fácil correspondência entre as castas e os "estilos", hoje dos vinhos correntes da casta tinta negra mole. A secura tem de ser equilibrada com a acidez e força dos taninos. Neste sentido, se a escala habitual é sercial-verdelho-bual-malvasia, eu acho que o mais caracteristicamente de aperitivo, ou a meio da tarde, não é o mais "seco", o sercial, mas sim o verdelho, um pouco mais adstringente e áspero. O sercial é para dez minutos antes da refeição. É gosto pessoal, ficam livres de me contradizer. Importante é que, no continente, antes de uma boa refeição de restaurante, ao pedirem um banal Porto seco, pensem na alternativa de um Madeira (ou Pico ou Biscoitos).
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