09 setembro, 2008

Adeus, Público

Chega. Não sei porque é que ainda ia lendo o Público. Ia aturando o conservadorismo ex-maoista do director, as calinadas de ignorância cultural, factual e linguística de muitos jornalistas, a farsa "cultural" do suplemento P2, o enviesamento descarado da opinião dita isenta, contra a objectividade mínima (por exemplo, a actual campanha presidencial americana, tudo o que diz respeito a Angola, a atitude geral em relação aos costumes e à ética médica, com relevo recente para a posição anti-lei do divórcio), nos últimos dias uma série ainda a continuar de escandalosos artigos "de opinião" da mais descabelada propaganda da China (alguém paga?). 

O caso da lei do divórcio é bem significativo, na edição de hoje. O PS até vai descontrair a situação, alterando um artigo, quando, para mim e outros bloguistas, a única resposta à atitude de Cavaco devia ser pura e simplesmente a reaprovação integral da lei, votada por maioria absoluta dos nossos representantes parlamentares. Com isto, o Público lembra, com destaque, parecendo ser um aviso a Belém, que o PR fica novamente com poder de veto, como se alguém imaginasse que tal fosse possível, politicamente. Claro que, logo a seguir, escreve que não parece que isso venha a acontecer. Então para quê a sugestão?

Há pouco, li esta notícia espantosa, cúmulo da estupidez ou da leviandade profissional, que fala por si. Nem faço comentários.
Procurador da República pede absolvição de Fátima Felgueiras 
O Procurador da República Pinto Bronze pediu hoje a absolvição de Fátima Felgueiras de seis crimes de corrupção passiva e três de prevaricação. O magistrado preconizou a condenação da autarca e principal arguida do processo do "Saco Azul de Felgueiras" pela prática de cinco crimes de participação económica em negócio.
Com isto, ao fim de 48 anos de hábito diário obrigatório de compra de um jornal, vou mudar de vida, porque o DN também não me parece que valha a pena. Mas não vou perder nada. Vou ter mais tempo para ler na net os meus jornais estrangeiros e dar uma olhadela a alguns sites de notícias caseiras.

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