1. Leio hoje, com surpresa, que só cerca de um quinto da população portuguesa com mais de 10 anos é que fuma. Não é a impressão com que fico do café aqui ao pé de casa. Até há um ano, eu era um pequeno elemento individual dessa população. Isto tira-me todo o direito de ser um fundamentalista antitabágico, mas reconforta-me numa decisão difícil que tive de tomar. Para já, uma nota importante, experiência que me é transmitida por amigos americanos, numa época em que a imagem social é muito importante. Foi muito eficaz nos EUA a ampla difusão de uma certa "imagem" do fumador: indivíduo de classe baixa, sem preocupações de "correcto", sem força de carácter para dominar um vício. Importantíssimo, tudo isto define um "looser"! Porque não centrarmos uma campanha neste aspecto, embora com adequação à nossa cultura? Se calhar, é mais eficaz do que fazer pensar nos prejuízos causados ao anónimo fumador passivo.
2. Tem-se defendido a tese Portela+1, mas em que a Portela seria o aeroporto internacional, principal e o +1, eventualmente Alcochete, o aeroporto para os voos "low cost". Por experiência familiar, conheço um caso equivalente, o de Estocolmo, em que o aeroporto "low cost" é mais distante da cidade do que o internacional de Arlanda. No entanto, embora não percebendo nada do assunto, pergunto-me, instintivamente, se não faria mais sentido o contrário. Queremos atrair turistas, mas turista para Portugal, reconheçamos, é em boa parte turista que quer "low cost", em tudo, incluindo na ligação entre o aeroporto e a cidade. Não faria mais sentido que o "low cost" fosse a Portela, limitada, com eventual aproveitamento ambiental, lúdico ou outro de estruturas e espaços entretanto tornados desnecessários? O mesmo para os voos domésticos, embora com garantia de boas ligações para os passageiros em trânsito no novo aeroporto.
3. No seu artigo semanal do Público, José Pacheco Pereira (JPP) discorre sobre "A cultura de blogue nacional". Claro que subcultura, irreflectida, sem regras de rigor intelectual, apressada, com tudo o que Eça denunciou em relação ao jornalismo português, a começar pelo Palma Cavalão. "Os blogues são apenas mais uma câmara de ressonância da pobreza da nossa vida cívica". Mas JPP não tem um blogue? Ou será que ele é aquele recruta que deliciava a mãezinha, "vejam, tanta gente a marchar e o meu filho é o único com o passo certo".? Espantoso é que critique a blogosfera por ser avessa à crítica. O Abrupto aceita comentários?
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5 comentários:
Olhe que o aeroporto internacional de Arlanda fica a 41 km e o de Bromma a 9 km do centro de Estocolmo. O seu a seu dono.
Boas entradas!
Carlos F
Tem razão, mas não estava a referir-me a Bromma, que creio que é para voos domésticos. Falava era de um outro, bastante a sul de Estocolmo, que o meu filho utilizou em vários voos low cost. Como ele está a reveillonar, não lhe posso perguntar agora qual é.
Já confirmei com o meu filho, que viveu em Estocolmo. Arlanda é o internacional, Bromma é doméstico e os low c ost vão para Skavsta, mais distante.
Francamente, tem alguma coisa contra as classes baixas? Não bastava aos "looser" estarem na mó de baixo como ainda por cima tinham de ser humilhados?
E porque não o Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa ou o Francisco José Viegas a fumarem charuto e um "sem abrigo" a fazer um ar enjoado?
O que é que o meu texto indica que eu sou contra classes baixas, loosers, etc? Só fiz uma consideração política, técnica, objectiva em termos de eficácia. Ou a tacci julga que se governa uma sociedade cantando em coro infantil?
E charuteiro mor não esses tais mas o Isaltino, por exemplo. Desculpe lá o meu snobismo, mas o homem é mesmo classe baixa.
Já agora, classe alta, primor de exemplo de sabedoria da minha infância era o nosso quinteiro Sr. Manuel, de pé descalço.
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