Num artigo a não perder, no Público de hoje, Nuno Guimarães, presidente dos conselhos directivo e científico da Faculdade de Ciências de Lisboa, aponta como uma das soluções para a reforma estrutural da educação superior uma coisa que ainda considero surpreendente, depois direi porquê:
“a convergência das unidades de investigação com os departamentos universitários, reforçando a integração formal dos investigadores nas actividades de ensino.”
Não creio que seja sinal de imodéstia lembrar o que os meus leitores habituais sabem bem. Pelo menos desde o meu livro “A universidade no seu labirinto”, de 2001, que venho a bater-me por isto, sempre sem sucesso. Mesmo amigos que estão em grande concordância comigo, em geral, não partilham abertamente esta minha opinião, muito menos os que têm interesses, mesmo que legítimos, investidos nos centros. Por isto, é com surpresa que leio agora este escrito de Nuno Guimarães. Já somos dois.
2 comentários:
Reparei que o Público colocou online uma versão extensa do artigo citado. Ver:
http://static.publico.clix.pt/docs/opiniao/univRefEstrutural.aspx
De facto também tinha lido esta opinião no seu livro mas não concordei, ou seja, não concordei na totalidade.
Que a docência deve, de alguma forma, reflectir o que se passa nos centros, estamos de acordo (e note-se a ordem das minhas palavras, é a docência que deve seguir a investigação e não o contrário).
Mas que os investigadores (a existir como tal) devam ser obrigados a participar nas actividades docentes é algo que deve ser muito bem explicado pois pode dar azo a asneira.
Num mundo ideal as duas carreiras (de investigação e docente) devem coexistir em paz e harmonia e para que tal aconteça deve haver mobilidade entre uma e outra.
Enviar um comentário