29 agosto, 2008

Fundamentalismo Cristão?

Consta que uma escultura de madeira, com um sapo verde crucificado, se encontra exposto no Museion, Museu de Arte Contemporânea em Bolzano, no norte de Itália.

Consta, igualmente, que o Papa Bento XVI não terá gostado da escultura e que terá escrito ao museu solicitando a sua remoção. Razão? A obra constitui uma blasfémia e insulto aos cristãos.

Mas que raio! Não tínhamos já aprendido que a censura de conteúdos na arte e na ciência dá asneira? Que nem a religião nem a política o justificam? Que os gostos não se discutem e que contra o alegado mau gosto a melhor resposta é a indiferença?

Afinal que diferença existe entre este sapo e as famosas caricaturas de Maomé?

4 comentários:

Anónimo disse...

A diferença entre as duas situações é que, ao que me conste, ninguém foi ameaçado de morte pela exposição da escultura supostamente blasfema, ninguém morreu e não foi proferida nenhuma fatwa contra ninguém. E, com eventual excepção de alguns extremistas, a esmagadora maioria dos católicos na Europa condenaria tais excessos.

Pacheco-Torgal disse...

a arte não é sem limites,
ainda não chegamos a esse estádio

caso contrário, podiamos por exemplo ter uma exposição em que se expunha a bandeira portuguesa a servir de base a excrementos e alguém podia dizer que era arte e como tal não se podia reprovar o
acto

Tiago Costa disse...

"E, com eventual excepção de alguns extremistas, a esmagadora maioria dos católicos na Europa condenaria tais excessos."

É trocar "católicos" por "muçulmanos" e "Europa" por "Médio Oriente" e ficamos na mesma.

A questão é exactamente essa: o extremismo católico até pode ser mais moderado ou politicamente correcto, mas sobrevive no mesmo vácuo de lógica e bom senso.

Anónimo disse...

Não sabia que a bandeira não pode figurar em exposições a não ser que seja exposta com bom gosto. Será assim?
Não sabia mas fico a saber.