Consta que uma escultura de madeira, com um sapo verde crucificado, se encontra exposto no Museion, Museu de Arte Contemporânea em Bolzano, no norte de Itália.
Consta, igualmente, que o Papa Bento XVI não terá gostado da escultura e que terá escrito ao museu solicitando a sua remoção. Razão? A obra constitui uma blasfémia e insulto aos cristãos.
Mas que raio! Não tínhamos já aprendido que a censura de conteúdos na arte e na ciência dá asneira? Que nem a religião nem a política o justificam? Que os gostos não se discutem e que contra o alegado mau gosto a melhor resposta é a indiferença?
Afinal que diferença existe entre este sapo e as famosas caricaturas de Maomé?
4 comentários:
A diferença entre as duas situações é que, ao que me conste, ninguém foi ameaçado de morte pela exposição da escultura supostamente blasfema, ninguém morreu e não foi proferida nenhuma fatwa contra ninguém. E, com eventual excepção de alguns extremistas, a esmagadora maioria dos católicos na Europa condenaria tais excessos.
a arte não é sem limites,
ainda não chegamos a esse estádio
caso contrário, podiamos por exemplo ter uma exposição em que se expunha a bandeira portuguesa a servir de base a excrementos e alguém podia dizer que era arte e como tal não se podia reprovar o
acto
"E, com eventual excepção de alguns extremistas, a esmagadora maioria dos católicos na Europa condenaria tais excessos."
É trocar "católicos" por "muçulmanos" e "Europa" por "Médio Oriente" e ficamos na mesma.
A questão é exactamente essa: o extremismo católico até pode ser mais moderado ou politicamente correcto, mas sobrevive no mesmo vácuo de lógica e bom senso.
Não sabia que a bandeira não pode figurar em exposições a não ser que seja exposta com bom gosto. Será assim?
Não sabia mas fico a saber.
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