Apresento as minhas desculpas aos meus caríssimos e raríssimos leitores, é que não tenho aparecido por cá, só porque pertenço à novíssima classe social do país - os escravos da burocracia - única coisa que cresce por todos os lados a olhos vistos e ouvidos escutados, assumindo proporções nunca antes documentadas. Ainda lhes falarei sobre isto, se puder... escravos não devem comentar as barbaridades de quem (pensa que) "DECIDE"... está escrito nos livros!
Entretanto, só por acompanhar, remotamente, duas ou três das novelas de produção, exclusivamente, nacional para a nossa educação superior, tenho aumentado substancialmente os meus teores em adrenalina - garanto-lhes que estes são uma garantia de dinamismo e estados de alerta pessoais.
São exemplos, dessas obras de autor a que me refiro, os especialistas do politécnico, os financiamentos supostamente anoréticos das instituições de educação superior e as (de)mandas e desmandas das nossas (des)Ordens Profissionais.
As recentes posturas das organizações de classe que referem-se dominantemente à disponibilização de um número "excessivo" de vagas, de "facilitismos" e/ou de "tipologias" de formações oferecidas, quase sempre hipoteticamente prejudiciais aos respectivos feudos.
Desculpem, no caso das Ordens não são feudos, são territórios mal demarcados que se pretendem ilimitadamente expansíveis, mas inexpugnáveis..., desculpem não são nada disso, são domínios de interesses privados restritos .., desculpem, representam tão somente um responsável incentivo à consciência, consolidação e desenvolvimento do conhecimento das respectivas profissões (desde que só de poucochinhos e (c)ordeiros), no estrito interesse "do bem comum e da felicidade geral da nação" - são isto, e só isto!
As recentes posturas das organizações de classe que referem-se dominantemente à disponibilização de um número "excessivo" de vagas, de "facilitismos" e/ou de "tipologias" de formações oferecidas, quase sempre hipoteticamente prejudiciais aos respectivos feudos.
Desculpem, no caso das Ordens não são feudos, são territórios mal demarcados que se pretendem ilimitadamente expansíveis, mas inexpugnáveis..., desculpem não são nada disso, são domínios de interesses privados restritos .., desculpem, representam tão somente um responsável incentivo à consciência, consolidação e desenvolvimento do conhecimento das respectivas profissões (desde que só de poucochinhos e (c)ordeiros), no estrito interesse "do bem comum e da felicidade geral da nação" - são isto, e só isto!
Uma destas organizações de classe - a Ordem dos Engenheiros - então não a percebo mesmo, se é que o seu actual bastonário tem vindo a interpretar correctamente o espírito colectivo dos seus "ordenados".
Começo, desde logo, por me espantar a sua ampla bagagem intelectual eclética, ilimitada e especializada em muitas e desvairadas competências: Diante de plateias de ambito nacional, há sempre vigorosos palpites sobre todas as áreas e ramificações de engenharia - desde a localização dos aeroportos, ao urbanismo territorial, às explicações de acidentes de combóios, ou aos fundamentos de exorbitâncias de prazos e orçamentos de construção de túneis e pontes, passando pela Energia Nuclear, Energia Eólica, Biocombustíveis ou pela Eficiência Energética.
No seu conjunto, a classe de engenheiros autorgados emite juízos espantosos (em defesa de causa própria) sobre o Processo de Bolonha, rematando com explicações tenebrosas que justificam a cuidadosa selectividade da sua agremiação - não basta para a aceitação académica reunirem-se 300 ECTS na área de formação, estes devem ser reunidos numa ordem sequencial aristotélica-socrática, próxima ou melhor exacta dos mestrados integrados, a cujo 1º ano (mestrado)?/4º ano (formação integrada)? se acede de qualquer outra instituição, está bem de ver...
É claro que estes mestrados integrados não precisaram de colocar formandos no mercado de trabalho, nem de compassos de espera próprios à vistoria criteriosa de acreditação qualificação, de cerca de 18 meses, porque estes formandos, ou melhor, as suas instituições formadoras, estão automaticamente reconhecidos.
Se não, vejamos EXTRACTOS de alguns dos dizeres do Bastonário ou até de requisitos Estatutários da Ordem dos Engenheiros - não bate nunca o lé com o cré:
i - Depois de ensino secundário com formação insuficiente. Ordem dos Engenheiros critica facilitismo para entrar nalguns cursos. (09-07-2008)
ii - Os acessos ao ensino superior por alunos de mais de 23 anos sem o 12º ano é também uma falta de exigência. (-)
iii - Temos hoje no mercado licenciados de três anos, de cinco e de seis. E eu pergunto se acham que as competências de quem tirou de cinco anos ou de seis se são iguais a quem se formou com três anos (-)
iv - Os alunos que concluam o 1º ciclo dos cursos adaptados ao Processo de Bolonha poderão candidatar-se à Ordem dos Engenheiros (OE). Entre as propostas apresentadas ao Governo pelo bastonário da Ordem está ainda a criação de dois graus de engenheiros, (19-07-2007)de aco
19-07-2007
v - " Não significa que nas privadas não haja bons cursos, o que acontece é que há mais doutorados nas públicas, os docentes têm contratos mais estáveis do que nas privadas e o próprio mercado diferencia isso. Ficaria muito satisfeito se todos os cursos de Engenharia estivessem acreditados”, refere o bastonário da OE." (-)
vi - ..."a entrada na Ordem passa por um exame e esse sistema de acreditação não tem mais nenhum objectivo do que estabelecer, de forma criteriosa e pragmática, o modelo que leva a que alunos de determinados cursos possam ser dispensados deste exame". (10-12-2007)
vii - 70% dos engenheiros civis chumbam na Ordem (-)
viii - "Bastonário Fernando Santo, pensa que se deveria diminuir ao numero de vagas (...) nas Universidades" (-)
ix - "Acedi ao site www.acessoensinosuperior.pt e consultei a lista em excel que lá tem". (-)
Em 2007, foram cerca de 540 os candidatos à Ordem que tiveram de realizar um exame e a maioria não passou. (-)
x - Fernando Santo recorda que, em Portugal, cerca de 70% dos actos de engenharia não estão regulados. "Ou seja, é o mercado que escolhe e, nesse contexto, cresce a exigência de qualidade"
(04-09-2007)
xi -"Exige-se uma formação de ensino superior acumulada de 5 anos (ou 300 créditos ECTS, usando a referência de avaliação de trabalho introduzida pelo Processo de Bolonha) para uma formação que confira a capacidade e responsabilidade de intervenção a todos os níveis de actos de engenharia." (18-10-2004)
xii - "A aplicação do Processo de Bolonha alterará profundamente o contexto das formações em Engenharia em Portugal, pelo que trará consequências imediatas no âmbito profissional. Com a reestruturação do sistema de formação na área da engenharia, nascerão vários perfis de formação a que se associam níveis de competência em actividade de engenharia". (18-10-2004)
xiii - Há que reconhecer que estamos numa profissão sem regulamentação profissional. (-)
A acreditação dos cursos consiste na verificação de que estes obedecem a critérios definidos nos termos do nº 2, b) do Artº 7º dos Estatutos:Definir critérios objectivos de dispensa de provas de admissão, a rever periodicamente os quais se basearão nos currículos dos cursos, nos meios de ensino e nos métodos de avaliação. REGULAMENTO DE ADMISSÃO E QUALIFICAÇÃO. Versão Aprovada - AR (18-10-2004)
xiv - A Ordem dos Engenheiros afirmou hoje estar disposta a admitir todos os alunos licenciados em engenharia após a Reforma de Bolonha desde que os diplomas sejam de cursos reconhecidos pelo Governo e após uma mudança nos estatutos da Ordem (18-07-2007)
xv - Cerca de 70% de todos os licenciados em Engenharia Civil que em Fevereiro deste ano fizeram exame de admissão à Ordem dos Engenheiros (OE), chumbaram, “mesmo com a possibilidade de ir a oral a partir de 6,5 valores”. E alguns revelavam um desconhecimento tal que "nem sabiam dizer quantos litros de água cabem num metro cúbico". (10-12-2007)
Tem muita razão o Senhor Bastonário nessa grande máxima sobre mililitros e metros cúbicos.
Sabe Deus como ele se arrepiaria de ouvir (como eu OUVI) as confusões reinantes entre kVar e kWh (estes que vejo, por escrito, kW/hora - seja lá o que isto for) para assinaturas de contratos em que a potência (reactiva para fornos de padeiro) e energia são, indiferenciadamente iguais entre si e ao litro, que também testemunhei RECENTEMENTE - não passaram ainda duas semanas - mas nem lhes conto aonde nem a quem... (Não foi a ele! Graças a Deus!). Nem lhes poderia adiantar identificações porque, desde aí, fiquei catatónica.
É por causa disso que eu gostaria que TODOS os formandos em qualquer Engenharia fizessem exame INDIVIDUAL para admissão à Ordem! Penso mesmo que não chegariam a ser aprovados aos actuais 30% na área de civil, nem de qualquer das outras. Aposto!
Começo, desde logo, por me espantar a sua ampla bagagem intelectual eclética, ilimitada e especializada em muitas e desvairadas competências: Diante de plateias de ambito nacional, há sempre vigorosos palpites sobre todas as áreas e ramificações de engenharia - desde a localização dos aeroportos, ao urbanismo territorial, às explicações de acidentes de combóios, ou aos fundamentos de exorbitâncias de prazos e orçamentos de construção de túneis e pontes, passando pela Energia Nuclear, Energia Eólica, Biocombustíveis ou pela Eficiência Energética.
No seu conjunto, a classe de engenheiros autorgados emite juízos espantosos (em defesa de causa própria) sobre o Processo de Bolonha, rematando com explicações tenebrosas que justificam a cuidadosa selectividade da sua agremiação - não basta para a aceitação académica reunirem-se 300 ECTS na área de formação, estes devem ser reunidos numa ordem sequencial aristotélica-socrática, próxima ou melhor exacta dos mestrados integrados, a cujo 1º ano (mestrado)?/4º ano (formação integrada)? se acede de qualquer outra instituição, está bem de ver...
É claro que estes mestrados integrados não precisaram de colocar formandos no mercado de trabalho, nem de compassos de espera próprios à vistoria criteriosa de acreditação qualificação, de cerca de 18 meses, porque estes formandos, ou melhor, as suas instituições formadoras, estão automaticamente reconhecidos.
Se não, vejamos EXTRACTOS de alguns dos dizeres do Bastonário ou até de requisitos Estatutários da Ordem dos Engenheiros - não bate nunca o lé com o cré:
i - Depois de ensino secundário com formação insuficiente. Ordem dos Engenheiros critica facilitismo para entrar nalguns cursos. (09-07-2008)
ii - Os acessos ao ensino superior por alunos de mais de 23 anos sem o 12º ano é também uma falta de exigência. (-)
iii - Temos hoje no mercado licenciados de três anos, de cinco e de seis. E eu pergunto se acham que as competências de quem tirou de cinco anos ou de seis se são iguais a quem se formou com três anos (-)
iv - Os alunos que concluam o 1º ciclo dos cursos adaptados ao Processo de Bolonha poderão candidatar-se à Ordem dos Engenheiros (OE). Entre as propostas apresentadas ao Governo pelo bastonário da Ordem está ainda a criação de dois graus de engenheiros, (19-07-2007)de aco
19-07-2007
v - " Não significa que nas privadas não haja bons cursos, o que acontece é que há mais doutorados nas públicas, os docentes têm contratos mais estáveis do que nas privadas e o próprio mercado diferencia isso. Ficaria muito satisfeito se todos os cursos de Engenharia estivessem acreditados”, refere o bastonário da OE." (-)
vi - ..."a entrada na Ordem passa por um exame e esse sistema de acreditação não tem mais nenhum objectivo do que estabelecer, de forma criteriosa e pragmática, o modelo que leva a que alunos de determinados cursos possam ser dispensados deste exame". (10-12-2007)
vii - 70% dos engenheiros civis chumbam na Ordem (-)
viii - "Bastonário Fernando Santo, pensa que se deveria diminuir ao numero de vagas (...) nas Universidades" (-)
ix - "Acedi ao site www.acessoensinosuperior.pt e consultei a lista em excel que lá tem". (-)
Em 2007, foram cerca de 540 os candidatos à Ordem que tiveram de realizar um exame e a maioria não passou. (-)
x - Fernando Santo recorda que, em Portugal, cerca de 70% dos actos de engenharia não estão regulados. "Ou seja, é o mercado que escolhe e, nesse contexto, cresce a exigência de qualidade"
(04-09-2007)
xi -"Exige-se uma formação de ensino superior acumulada de 5 anos (ou 300 créditos ECTS, usando a referência de avaliação de trabalho introduzida pelo Processo de Bolonha) para uma formação que confira a capacidade e responsabilidade de intervenção a todos os níveis de actos de engenharia." (18-10-2004)
xii - "A aplicação do Processo de Bolonha alterará profundamente o contexto das formações em Engenharia em Portugal, pelo que trará consequências imediatas no âmbito profissional. Com a reestruturação do sistema de formação na área da engenharia, nascerão vários perfis de formação a que se associam níveis de competência em actividade de engenharia". (18-10-2004)
xiii - Há que reconhecer que estamos numa profissão sem regulamentação profissional. (-)
A acreditação dos cursos consiste na verificação de que estes obedecem a critérios definidos nos termos do nº 2, b) do Artº 7º dos Estatutos:Definir critérios objectivos de dispensa de provas de admissão, a rever periodicamente os quais se basearão nos currículos dos cursos, nos meios de ensino e nos métodos de avaliação. REGULAMENTO DE ADMISSÃO E QUALIFICAÇÃO. Versão Aprovada - AR (18-10-2004)
xiv - A Ordem dos Engenheiros afirmou hoje estar disposta a admitir todos os alunos licenciados em engenharia após a Reforma de Bolonha desde que os diplomas sejam de cursos reconhecidos pelo Governo e após uma mudança nos estatutos da Ordem (18-07-2007)
xv - Cerca de 70% de todos os licenciados em Engenharia Civil que em Fevereiro deste ano fizeram exame de admissão à Ordem dos Engenheiros (OE), chumbaram, “mesmo com a possibilidade de ir a oral a partir de 6,5 valores”. E alguns revelavam um desconhecimento tal que "nem sabiam dizer quantos litros de água cabem num metro cúbico". (10-12-2007)
Tem muita razão o Senhor Bastonário nessa grande máxima sobre mililitros e metros cúbicos.
Sabe Deus como ele se arrepiaria de ouvir (como eu OUVI) as confusões reinantes entre kVar e kWh (estes que vejo, por escrito, kW/hora - seja lá o que isto for) para assinaturas de contratos em que a potência (reactiva para fornos de padeiro) e energia são, indiferenciadamente iguais entre si e ao litro, que também testemunhei RECENTEMENTE - não passaram ainda duas semanas - mas nem lhes conto aonde nem a quem... (Não foi a ele! Graças a Deus!). Nem lhes poderia adiantar identificações porque, desde aí, fiquei catatónica.
É por causa disso que eu gostaria que TODOS os formandos em qualquer Engenharia fizessem exame INDIVIDUAL para admissão à Ordem! Penso mesmo que não chegariam a ser aprovados aos actuais 30% na área de civil, nem de qualquer das outras. Aposto!
E já agora, gostava dessa acreditação individual, também por causa isto:
De que instituições de ensino serão provenientes os Engenheiros Projectistas e/ou de Fiscalização FORMALMENTE, só os RESPONSÁVEIS E SIGNATÁRIOS, só por exemplo, pelo Túnel do Terreiro do Paço ou pela Ponte Europa?
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PS1 -É também MUITO interessante a Lei n.º 6/2008 de 13 de Fevereiro, sobre o Regime das Associações Públicas Profissionais. Lei esta, só aplicável às novas organizações profissionais? E as outras? É à balda? Se for não iremos notar nada!
PS2 - Por vezes, e para que conste, também há comunicados e expressão de opiniões públicas ou à comunicação social que, por serem só salpicos discursivos, são também absolutamente iguais ao litro.
PS3 - LISTA DOS CURSOS QUE CONFEREM DISPENSA DE PRESTAÇÃO DE PROVAS DE ADMISSÃO À OE, até 31 de Dezembro de 2010
http://www.ordemengenheiros.pt/Default.aspx?tabid=2843
http://www.ordemengenheiros.pt/Default.aspx?tabid=2843
1 comentário:
Engenharia civil é o curso que mais vagas abriu. Alguem me explique como chegamos a este ponto? A culpa é do pessoal que ainda vai para faculdades não acreditadas. Ainda se queixam dos exames. A prioridade é desaparecer com as dezenas de cursos que abrem com 5 alunos. A situação da engenharia civil para o futuro ta catastrofica!
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